O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), fez um discurso contundente contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), nesta quinta-feira (04), durante o evento de lançamento da 13ª parcela do Bolsa Família. Paulo Câmara (PSB) também fez críticas, mas optou por uma linha mais discreta. A artilharia de Geraldo foi direcionada em alguns pontos da reforma da Previdência, como a mudança no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural. 

Ao avaliar os 100 dias do governo de Bolsonaro – que acontecerá na próxima semana -, Paulo Câmara afirmou que não havia o que dizer sobre a gestão. “Não temos muito o que comentar. É um governo muito confuso em relação ao futuro, ao que pretende. Vamos aguardar mais, não dá para avaliar ainda porque o governo praticamente nada apresentou”, destacou.

Já Geraldo enfatizou, em seu discurso, que as mudanças previstas na reforma da Previdência miram diretamente os mais pobres e não combatem os privilégios. “Você mexer no BPC de um idoso vulnerável, achando que o BPC é um privilégio de receber um salário-mínimo sem ter dado contribuição à Previdência Social é desconhecer completamente a realidade de um idoso vulnerável brasileiro, que chega ao fim de sua idade sem ter tido a efetiva oportunidade de trabalho”, condenou.

Na avaliação do prefeito, alterar as regras para os trabalhadores rurais é ignorar completamente a dura realidade dessa parcela da população. “Mexer na aposentadoria rural é desconhecer o trabalho do homem do campo. Para essa gente da elite, o trabalhador rural que eles conhecem é aquela máquina grande que faz a terra lá no Centro-Oeste. Eles pensam que agricultura é aquilo. Não conhecem a vida de um homem e uma mulher que ainda muito jovem pegam no cabo da enxada e que poucos têm a oportunidade de chegar aos 65 anos”.

O socialista citou a palavra resistência e o verbo resistir como símbolos desse novo momento do país e fez um contraponto com a gestão do ex-governador Miguel Arraes. “O nosso campo político é exatamente isso. Resistência em favor dos que mais precisam. Tenho a honra e o orgulho de fazer parte de um campo político que representa exatamente o oposto de tudo o que está sendo feito por este governo que está instalado em Brasília”.