A Câmara Municipal de São Paulo concedeu na última quarta-feira (1) o título de cidadã paulistana à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Originária de Ceilândia, Distrito Federal, e atual presidente do PL Mulher, Michelle recebeu 37 votos favoráveis contra 15 contrários. Os vereadores Rinaldi Digilio (União Brasil) e Fernando Holiday (PL) propuseram a homenagem, contando com respaldo da base aliada do prefeito Ricardo Nunes (MDB). 

Esta manobra política visa, segundo O Tempo, angariar o suporte de Jair Bolsonaro (PL) para a reeleição de Nunes em 2024, apesar dos recentes indicativos de Bolsonaro em possivelmente apoiar Ricardo Salles (PL-SP) ao invés do atual prefeito.

Rinaldi Digilio justificou a honraria citando a ex-primeira-dama como uma defensora de causas de pessoas com deficiência. Ele relembrou: “Foi intercessora de uma Medida Provisória assinada pelo presidente Bolsonaro em 4 de setembro de 2019, em que se aplica o direito de pensão vitalícia a crianças portadoras de microcefalia, em virtude do vírus da zika. Com o novo termo assinado, possibilitou que os pais adquirissem um emprego e aumentassem a renda familiar”.

A honraria a Michelle Bolsonaro, entretanto, não foi recebida com unanimidade. As bancadas do PT e PSOL tentaram barrar a concessão. O vereador Celso Giannazi (PSOL) expressou ao G1 sua preocupação, afirmando: "A Câmara está homenageando alguém que está sendo investigada pela Polícia Federal por vários problemas, inclusive pelo esquema que teria desviado o patrimônio privado do ex-presidente Jair Bolsonaro, a questão das joias e outros itens de valor expressivo recebidos na condição de presidente da República".