Curitiba - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em sua primeira entrevista desde que se tornou preso político em abril de 2018, em Curitiba, citou as redes Globo e Record, mas ambas o ignoraram em seus telejornais noturnos e, no caso do Grupo Globo, em seu jornal, diferentemente da imprensa internacional, que repercutiu as falas de Lula com destaque.
O britânico The Guardian, por exemplo, exibiu na primeira página das edições eletrônicas UK e International com o título "Brasil é governado por 'lunáticos' e 'lacaios' dos EUA, diz ex-presidente Lula". Já o francês Le Figaro ressaltou a "obsessão" de Lula, a quem chama de ícone da esquerda, de provar sua inocência, ainda que custe a própria liberdade.
Por aqui, além de Globo e Record, que ignoraram a entrevista feita pelos jornalistas Florestan Fernandes Jr. (El País) e Mônica Bergamo (Folha), emissoras como SBT, Band e RedeTV! noticiaram as declarações do ex-presidente, sendo que nesta última, o âncora Boris Casoy criticou Lula por usar a entrevista "como palanque para atacar adversários" .
O ex-deputado Jean Wyllys, exilado desde o início do ano, repercutiu a fala de Casoy. "O que ele queria que Lula fizesse? Que elogiasse os canalhas que o prenderam injustamente?", escreveu o pesolista.