247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá nesta segunda-feira (26) com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil) para discutir a repercussão do recente aumento na cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida que provocou forte reação no mercado financeiro e entre integrantes do Congresso Nacional.

A reunião com os dois ministros está marcada para as 16h, no Palácio do Planalto, e ocorre num momento em que o governo tenta conter o desgaste provocado pela medida tributária. A elevação do IOF, aplicada sobre operações de crédito, câmbio e seguros, foi criticada por representantes do setor privado e por lideranças políticas, que classificaram a decisão como inoportuna e prejudicial à confiança dos investidores.

 A avaliação no entorno do Planalto, segundo reporta o Valor Econômico, é de que o encontro com Haddad e Costa servirá para ajustar a estratégia de comunicação e avaliar a possibilidade de medidas compensatórias ou ajustes técnicos no decreto que estabeleceu a nova alíquota. A movimentação também busca preservar a imagem da equipe econômica e evitar novos ruídos em um ambiente já sensível.

A agenda presidencial inclui ainda outras reuniões importantes ao longo do dia. Às 9h, Lula conversa com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, acompanhado do secretário de Imprensa, Laércio Portela. Às 14h40, o presidente recebe o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza. Na sequência, às 15h, tem encontro com a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e finaliza o dia com a ministra da Gestão, Esther Dweck, às 17h30. Todos os compromissos ocorrem no Planalto e serão fechados à imprensa.

A intensificação das articulações nesta segunda-feira é vista como tentativa de reposicionar o governo diante da turbulência gerada pela medida fiscal. Com Haddad sob pressão e críticas vindas de aliados no Congresso, o Palácio do Planalto tenta evitar que o episódio do IOF se transforme em crise política de maiores proporções.

Embora ainda não haja anúncio de recuo, o governo sabe que precisará calibrar o discurso e reforçar o compromisso com a responsabilidade fiscal. A reunião desta segunda pode ser decisiva para sinalizar ao mercado e ao Parlamento que o Executivo está disposto a ouvir e ajustar o rumo, sem abrir mão de sua estratégia de arrecadação e equilíbrio das contas públicas.