Fonte: Minas 247 - Em depoimento a Sérgio Moro sobre o sítio em Atibaia (SP), o deputado federal Patrus Ananias (PT-MG) afirmou que "nunca" teve conhecimento de qualquer conduta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pudesse caracterizar pedido de vantagem indevida.
"Nunca vi, nunca testemunhei, nunca falamos. Sempre conversei com o presidente Lula sobre os mais variados assuntos pelas nossas relações de amizade, mas o que marcava mesmo as nossas conversas sempre era, primeiro, o Brasil. Nós temos paixão por esta grande e querida pátria brasileira. Então, as questões nacionais foram temas sempre muito ligados às nossas conversas", disse o parlamentar.
Ananias também disse que nunca estive o sítio. "E não tenho nenhum conhecimento dele. Nos meus 40 anos de convivência com o presidente Lula esse assunto jamais apareceu ou tive qualquer referência dele. Só tomei conhecimento da possível existência desse sítio através da mídia, quando começaram essa onda de denúncias contra o presidente Lula".
Leia a íntegra do depoimento:
DEFESA - (...) À luz de sua experiência como parlamentar, conhece algum fato que possa confirmar a denúncia (de recebimento e uso de propina para a compra de apoio parlamentar) contra o presidente Lula?
PATRUS - Não, não conheço nenhum fato. Estive na Câmara dos Deputados em 2003 e fui vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça. Não tive nenhum conhecimento e, pelo que eu sei do governo e porque conheço o presidente Lula, eu não corroboro essas afirmações.
DEFESA - (...) Durante o tempo em que ocupou a vice-presidência da CCJ e integrou o Conselho de Ética o senhor teve conhecimento de qualquer solicitação ou orientação indevida do presidente Lula?
PATRUS - Não tive, não, em nenhum momento. Nenhum conhecimento, nenhum conhecimento. E reitero a minha confiança nos princípios e valores éticos que norteiam a vida do presidente Lula.
DEFESA - (...) Há quanto tempo conhece o presidente Lula?
PATRUS - Eu conheço o presidente Lula há mais de 40 anos. Conheci o presidente Lula quando ele era presidente do sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo e eu advogava para sindicatos de trabalhadores de Belo Horizonte e Minas Gerais. Em encontros de lideranças sindicais com a presença dos assessores jurídicos tive esse primeiro contato com o presidente Lula. Depois estreitamos os nossos laços de amizade e relação de confiança na construção do Partido dos Trabalhadores. E, especialmente, numa convivência quase cotidiana, durante mais de seis anos, quando estivemos à frente do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
DEFESA - (...) Tomou conhecimento de qualquer conduta do presidente que pudesse caracterizar aceite, promessa ou solicitação de vantagem indevida?
PATRUS - Nunca. Nunca vi, nunca testemunhei, nunca falamos. Sempre conversei com o presidente Lula sobre os mais variados assuntos pelas nossas relações de amizade, mas o que marcava mesmo as nossas conversas sempre era, primeiro, o Brasil. Nós temos paixão por esta grande e querida pátria brasileira. Então, as questões nacionais foram temas sempre muito ligados às nossas conversas. Depois, a questão social. Nós dois temos compromisso com os pobres. Essa determinação, que ele nos passou também, no sentido de erradicarmos a fome e a desnutrição no Brasil e superarmos a era dos retirantes das secas. Então, a questão dos pobres, a questão social é outro ponto fundamental das nossas conversas. Sempre conversei muito com o presidente Lula também sobre futebol. Nós dois somos grandes apreciadores de futebol. E também conversamos sobre questões pessoais, familiares. Sempre trocávamos informações sobre as nossas famílias. Sempre falamos também sobre o processo de construção do PT. Nunca vi qualquer ação nem qualquer comentário do presidente sobre questões financeiras ou de negócios com empresas e temas correlatos.
DEFESA - (...) Teve informação de que o presidente recebeu alguma vantagem indevida?
PATRUS - Nenhuma, nenhuma. Jamais tive qualquer conhecimento, qualquer informação, qualquer conversa a esse respeito. Reafirmo minha total confiança na integridade dos princípios éticos do presidente Lula.
DEFESA - Presenciou ação ou omissão do presidente Lula que visasse a favorecer os interesses das construtoras Odebrecht, Chaim e OAS?
PATRUS - Nunca. Em momento algum.
MPF - Já esteve no sítio em Atibaia?
PATRUS - Nunca estive e não tenho nenhum conhecimento dele. Nos meus 40 anos de convivência com o presidente Lula esse assunto jamais apareceu ou tive qualquer referência dele. Só tomei conhecimento da possível existência desse sítio através da mídia, quando começaram essa onda de denúncias contra o presidente Lula.