Uma publicação, datada do dia 25 de fevereiro deste ano, veiculada no site do Ministério da Saúde, anunciou com alarde o contrato de compra da vacina Covaxin, que está no centro do escândalo que será detalhado nexta sexta-feira (25) a partir de 14h na CPI da Covid. 


“O Ministério da Saúde assinou, na tarde desta quinta-feira (25), contrato para compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin junto à Precisa Medicamentos/ Bharat Biotech. O investimento total foi de R$ 1,614 bilhão na compra da vacina produzida na Índia. A aquisição permitirá ampliar ainda mais a estratégia de vacinação dos brasileiros contra a Covid-19”, destaca o texto publicado na gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello.

Veja o comunicado:

O comunicado oficial desmente a afirmação do ministro Marcelo Queiroga que, nesta quarta-feira (23), afirmou que o governo "não comprou nem sequer uma dose" da vacina indiana Covaxin, cujo contrato para a compra de 20 milhões de doses está na mira da CPI da Covid. 

"As primeiras 8 milhões de doses do imunizante devem começar a chegar já no mês de março, em dois lotes de 4 milhões, a serem entregues entre 20 e 30 dias após a assinatura do contrato. Em abril, o governo federal espera receber outras 8 milhões de doses de imunizantes importados da Índia, no prazo de 45 e 60 dias após a oficialização da compra. Em maio, é esperado o último lote de doses, com 4 milhões de unidades", diz um outro trecho da publicação. 


Na quarta-feira, Queiroga irritou-se ao ser questionado por repórteres sobre o valor do contrato do imunizante, produzido pela Bharat Biotech e intermediado pela Precisa Medicamentos. “Eu falei em que idioma? Eu falei em português. Então, não foi comprado uma dose sequer da vacina Covaxin nem da Suptinik”, disse o ministro antes de abandonar a entrevista. 

Nesta sexta-feira (25), a CPI da Covid irá ouvir o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde. Eles apontaram irregularidades na compra da vacina Covaxin. O caso teria sido comunicado pessoalmente a Jair Bolsonaro, que teria se comprometido a acionar a Polícia Federal para investigar a denúncia, o que acabou não se concretizando.