O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se manifestou pelo Twitter sobre a eleição nos Estados Unidos, que termina nesta terça-feira. O chefe do Executivo nacional afirmou que o pleito chama a atenção de todo o globo e que, por isso, suspeitas de interferência internacional podem recair sobre o resultado da votação.

“É inegável que as eleições norte-americanas despertam interesses globais, em especial, por influir na geopolítica e na projeção de poder mundiais. Até por isso, no campo das informações, há sempre uma forte suspeita da ingerência de outras potências, no resultado final das urnas”, escreveu, em tuítes que abriram uma sequência de posts sobre o tema.

Embora seja alinhado ao republicano Donald Trump, Bolsonaro não citou, nominalmente, nenhum dos candidatos à Casa Branca. Mesmo assim, cravou que o resultado do pleito estadunidense pode fazer com que o Brasil seja pressionado a mudar sua política interna.

“No Brasil, em especial pelo seu potencial agropecuário, poderemos sofrer uma decisiva interferência externa, na busca, desde já, de uma política interna simpática a essas potências, visando as eleições de 2022”, disse.

“América do Sul caminhando para a esquerda”
 

Depois, Bolsonaro afirmou que a América do Sul tem dado guinada à esquerda. Ele falou, também, no interesse estrangeiro em dominar a Amazônia. Ainda que o presidente não tenha mencionado o democrata Joe Biden, os tuítes dão a entender que o Palácio do Planalto se mostra um pouco apreensivo com o eventual triunfo do adversário de Trump.

“Não se trata apenas do Brasil. Devemos nos inteirar, cada vez mais, do porquê, e por ação de quem, a América do Sul está caminhando para a esquerda. Nosso bem maior, a liberdade, continua sendo ameaçado. Nessa batalha, fica evidente que a segurança alimentar, para alguns países, torna-se tão importante e aí se inclui, como prioridade, o domínio da própria Amazônia”, afirmou.

Presidente nega contato com Biden
No fim da noite dessa segunda-feira, o presidente negou ter procurado o staff de Joe Biden. Ele refutou informação publicada por Raquel Krähenbühl, correspondente da GloboNews em solo estadunidense, e fez questão de reiterar proximidade a Trump.

"Quanto às eleições, todos sabem do respeito que tenho pelos EUA, bem como do bom relacionamento com o Presidente Donald Trump", postou.