O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) postou um vídeo no Twitter neste domingo, 1º, no qual responde indiretamente às críticas feitas pela deputada estadual Janaína Paschoal, do mesmo partido, em entrevista concecida à Coluna do Estadão.

 
Cada vez mais afastada do grupo bolsonarista que ainda permanece na legenda, a parlamentar afirmou que "Eduardo mina todo mundo que dá sustentação ao pai" com o objetivo de ser o candidato ao Planalto em 2022. Na gravação, em tom irônico, Eduardo questiona a escolha de Janaína para a liderança do PSL na Assembleia Legislativa.

"Agora, amada Janaina, explica para a gente porque você votou a favor do líder do (grupo do) Bozzella para o PSL na Alesp, já que todo mundo sabe muito bem a fama do Bozzella e o que ele quer para o nosso Brasil?" Nesse trecho do vídeo, uma legenda informa que Bozzella faz oposição ao governo de Jair Bolsonaro em São Paulo.

Eduardo se refere à votação feita entre os deputados do partido na Alesp que levou a ala mais ligada a Bolsonaro perder a liderança da bancada. O eleito, deputado Rodrigo Gamballe, é considerado mais próximo do deputado federal Júnior Bozzella (PSL-SP), que é dirigente estadual do partido e braço direito de Luciano Bivar, por isso é visto como traidor pelos bolsonaristas.

Na mesma gravação, Eduardo nega ainda que esteja se contradizendo na questão do Orçamento Impositivo, motivo do atual atrito entre Executivo e Legislativo. Em 2019, o filho do presidente votou a favor do projeto, mas agora defende os vetos do pai à proposta.

No vídeo, o deputado reconhece que votou a favor das emendas impositivas de bancada no ano passado, mas argumenta que a discussão atual, no âmbito da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é diferente, e esclarece que é contrário à concentração de poder de decisão sobre o montante de emendas no relator do Orçamento, o deputado federal Domingos Neto (PSD-CE).

"Eu votei a favor da PEC 34, que era o chamado Orçamento impositivo das bancadas. O impacto disso é de 1% das receitas e, se o governo não tivesse dinheiro para cumprir esse orçamento das bancadas, não acontecia nada. Agora, a LDO, que é outra matéria, totalmente diferente, está dando R$ 30 bilhões para uma única pessoa, que é o relator do Orçamento. E se o presidente não executá-la em 90 dias, ele incorre em crime de responsabilidade."

Em outra publicação em sua página neste domingo, Eduardo disse que nunca pensou em entrar na política, mas que depois amadureceu e percebeu a importância de participar ativamente da vida política, porque a vida de todos passa por Brasília, segundo ele. "Sempre tive aquele asco quase que natural do meio político devido ao ambiente tóxico que expõe o que os seres humanos têm de pior na disputa pelo poder."