Nesta segunda-feira (31), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, fez duras críticas à atuação do Exército diante dos acampamentos bolsonaristas e anunciou que novas ações serão tomadas contra os envolvidos nos ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro, segundo informa o jornalista Flávio Ferreira, da Folha de S. Paulo. Durante um evento em São Paulo, ele expressou sua insatisfação com a falta de cooperação das forças militares ao tentar remover os acampamentos, ressaltando que a PF havia feito duas tentativas sem sucesso.

Ao falar sobre o lamentável episódio, Andrei enfatizou a "complacência de várias entidades e órgãos públicos" na manutenção dos acampamentos, o que, segundo ele, permitiu a escalada dos acontecimentos. Ele afirmou que a atitude golpista poderia ter sido evitada já em dezembro, quando a Polícia Federal tentou intervir no local, porém foi impedida pelas forças militares.

O diretor-geral da PF relatou que, na véspera do dia 8 de janeiro, alertou oficialmente sobre a movimentação golpista em uma reunião na Secretaria de Segurança do Distrito Federal e por meio de um ofício enviado ao ministro da Justiça, Flávio Dino. Em suas advertências por escrito, ele destacou o risco iminente de invasão ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto.

A investigação militar pré-processual, realizada para apurar os acontecimentos do dia 8 de janeiro, absolveu as tropas de culpa, mas apontou "indícios de responsabilidade" na Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, que faz parte do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).