ALVO DA PF

Autor de um pedido para que Jair Bolsonaro (PL) usasse tornozeleira eletrônica, o deputado federal Rogério Correia (PT) comemorou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de impor restrições ao ex-presidente.

Há dois meses, ele oficiou o STF e a Procuradoria-Geral da República (PGR), pedindo que fosse determinado o uso de tornozeleira por Bolsonaro para evitar, segundo ele, uma possível tentativa de fuga.

O parlamentar também solicitou que o ex-presidente fosse impedido de se aproximar das embaixadas, em especial dos Estados Unidos, e também que ele não pudesse sair de de Brasília sem autorização judicial. 

“Estava muito claro seu plano de fuga. O primeiro pedido, que fiz junto com o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), foi quando (o deputado federal) Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fugiu para os Estados Unidos e de lá começou a articular uma ofensiva contra a democracia no Brasil e agora, inclusive, contra a soberania do nosso país”, afirmou o parlamentar.

O pedido foi reiterado quando, segundo ele, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) “fugiu do país”. Condenada em maio deste ano a oito anos de prisão por invadir o sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o auxílio do hacker Walter Delgatti, ela deixou o Brasil logo após ser sentenciada.

“Zambelli foi a segunda a fugir, e me parecia óbvio que o terceiro a tentar a fuga seria Jair Bolsonaro. No dia 10, reiterei o pedido depois de que (Donald) Trump deu a sinalização clara de que estava para receber Jair Bolsonaro de braço aberto nos Estados Unidos, para de lá continuar, junto com seu filho, atacando a soberania e a economia brasileiras, tentando criar o caos, para do caos surgir o golpe”, afirmou o parlamentar, se referindo ao tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos em retaliação ao processo que Bolsonaro sofre no STF por tentativa de golpe de estado.

 Segundo ele, a decisão do STF é correta, porque o país não pode “assistir quieto tentativas golpistas se renovarem no processo democrático brasileiro”. 

“Agora é esperar o julgamento, que deve começar em meados de agosto e a sentença que deve sair até setembro. “Pelo que tem de provas acumuladas na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), da qual fiz parte, na Polícia Federal e na PGR (Procuradoria Geral da República), o Supremo com certeza vai punir Bolsonaro e levá-lo para a cadeia”, afirmou.

O deputado foi um dos integrantes CPMI que investigaram os ataques antidemocráticos de 8 de janeiro. O relatório final pediu o indiciamento de 61 pessoas por crimes como associação criminosa, violência política, abolição do Estado democrático de direito e golpe de Estado, dentre elas, Bolsonaro.