GOVERNO LULA

BRASÍLIA - O líder do União Brasil na Câmara, deputado Pedro Lucas Fernandes (MA), anunciou na noite desta terça-feira (22) que não vai aceitar o cargo de ministro das Comunicações.

"Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados", diz nota divulgada pelo parlamentar.

"Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite. Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil", continua o texto.

Indicado pelo União Brasil para substituir Juscelino Filho, Pedro Lucas Fernandes se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no último dia 10. Depois do encontro, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, anunciou publicamente que o parlamentar havia aceitado o cargo, mas que havia pedido um período para assumir. 

“O União apresentou nome do Pedro Lucas. O presidente aceitou e fez o convite ao líder para assumir. O Pedro Lucas só pediu até depois da Páscoa para assumir o ministério para encaminhar questões pessoais, de mandato e liderança”, afirmou a ministra. 

Um dia depois da reunião no Palácio da Alvorada, Pedro Lucas afirmou que ainda iria discutir com a bancada do partido se aceitaria ou não entrar no governo Lula. O principal impasse estava na definição de um novo líder para a bancada na Câmara. 

No último dia 8, Juscelino Filho (União-MA) deixou o comando da pasta após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), acusado de corrupção por suposto desvio de emendas, quando era parlamentar. 

A expectativa é de que o Ministério das Comunicações continue com o União Brasil. A legenda, no entanto, não informou se indicou outro nome para assumir a pasta.

Confira a íntegra da nota:

"Com espírito de responsabilidade e profundo respeito pela democracia brasileira, venho a público agradecer ao presidente Lula pelo honroso convite para assumir o Ministério das Comunicações. A confiança depositada em meu nome me tocou de maneira especial e jamais será esquecida. Reflito diariamente sobre o papel que a política deve exercer: servir ao povo com compromisso, equilíbrio e coragem.

Sou líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil. Tenho plena convicção de que, neste momento, posso contribuir mais com o país e com o próprio governo na função que exerço na Câmara dos Deputados. A liderança me permite dialogar com diferentes forças políticas, construir consensos e auxiliar na formação de maiorias em pautas importantes para o desenvolvimento do Brasil.

Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite. Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil.

Seguirei lutando pelo bem-estar de todos os brasileiros, especialmente daqueles que mais precisam. Continuarei atuando com firmeza no Parlamento, buscando consensos, defendendo a boa política e acreditando que o respeito às diferenças é o que fortalece nossa democracia".