O deputado federal André Janones (Avante-MG) chamou o secretário estadual de meio ambiente, Germano Luiz Gomes Vieira, e o presidente da Vale, Fábio Schvartsman de ''bandidos'' e ''assassinos''
Bate-boca entre deputado federal André Janones (Avante-MG) e o secretário de Estado de Meio Ambiente Germano Luiz Gomes Vieira esquenta os ânimos em audiência pública na Câmara dos Deputado para tratar sobre o desastre de Brumadinho, na região metropolitana. As acusações do parlamentar também recaíram sobre o presidente da mineradora, Fábio Schvartsman, presente na audiência. “O que o povo brasileiro fala lá fora é que vocês dois são bandidos, assassinos e que deveriam estar presos”, disse Janones. O rompimento da barragem da Vale, na Mina Córrego do Feijão, deixou 166 mortos e 155 pessoas continuam desaparecidas.
O parlamentar disse que torce para que, da próxima vez, os dois compareçam à audiência de algemas. Num discurso de mais de quatro minutos, ele citou também o fato de o irmão do secretário de Meio Ambiente ser funcionário de uma mineradora. “É um analfabeto funcional que está aqui só para servir aos interesses das mineradoras”. E disse que Zema está prestes a demitir o secretário.
O deputado encerrou sua fala acusando a mineradora de tentar retirar o Ministério Público das ações e questionando ao presidente da Vale quem deve ser punido pela tragédia. “Quem deve ser punido já que a Vale não deve?”. Ele se dirigiu também aos representantes do Ministério Público. “Quais os elementos faltam para que o Ministério Público possa pedir a prisão desses bandidos?”, disse
Janones está em seu primeiro mandato e ficou famoso nas redes sociais depois de se tornar uma das lideranças na greve dos caminhoneiros, em maio do ano passado. Em sua página do Facebook, ele tem mais de 1 milhão de seguidores e acabou como o terceiro deputado federal mais votado em Minas.
Vieira rebateu as acusações do deputado. Ao ser chamado de “moleque”, respondeu ter 37 anos e ser funcionário de carreira do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), sem filiação a partido político. “Não sou filiado, nunca fui, não é do meu perfil, não sou contra quem seja, mas não é minha vocação. Respeito os parlamentares. Estou aqui como servidor de carreira do Sisema”, disse.
O secretário ainda afirmou ter passado por processo seletivo, justificando o fato de ser o único secretário do governo de Fernando Pimentel (PT) que permanceu no governo de Romeu Zema (Novo). “O governador e a equipe técnica me entrevistaram várias vezes. Pode ser que esteja num próximo (governo), como estive em 2018 num outro”, afirmou. Meu trabalho está pautado nas questões técnicas.
“O Brasil pediu para a gente valorizar a técnica, colocar nos cargos pessoas que tenham conhecimento daquilo que falam, das gestões que são feitas. Já passamos da hora de ficar carimbando as pessoas pelo partido”, encerrou. Ele também afirmou que o irmão é jornalista, trabalha na área de recursos humanos de uma mineradora antes de ele se tornar secretário e não conta com qualquer poder de decisão na empresa.