Ministros do governo Bolsonaro estão exigindo que lhe seja liberado o uso da classe executiva nos aviões em viagens internacionais. Enquanto isso, a Controladoria-Geral da União (CGU) está para liberar oficialmente a farra da carona a parentes de ministros nos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). As mudanças acontecem depois de Bolsonaro ter passado a campanha eleitoral e seu início no governo com um discurso radical contra os "privilégios".

O ministro da CGU, afirmou aos jornalistas Tânia Monteiro e Breno Pires, de O Estado de S.Paulo, que não considera haver ilegalidade nas caronas dadas por ministros a parentes, parlamentares e mesmo empresários nas aeronaves oficiais por "não acarretarem despesas extras".


Rosário disse não ver irregularidade, por exemplo, na viagem em que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, transportou a mulher, Maria Eduarda de Seixas Corrêa, em maio para Paris. Ainda naquele mês, parentes de Bolsonaro viajaram em helicóptero da Aeronáutica de São Paulo para o casamento, no Rio, de Eduardo Bolsonaro.

A obrigatoriedade de os ministros viajarem na classe econômica passou a valer em 2018. O decreto foi assinado por Michel Temer e é criticado reservadamente por ministros, que se queixam de não poder esticar as pernas nos voos, além do desconforto de longas horas de viagem e da falta de privacidade até para estudar assuntos de governo durante o trajeto. A classe executiva conta com poltronas largas, cardápios variados e acesso a salas VIP nos aeroportos.