Na reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20, sediada no Rio de Janeiro, importantes avanços foram alcançados no que diz respeito ao delicado conflito entre Israel e Palestina. Uma unanimidade emergiu em torno da necessidade de estabelecer finalmente um Estado Palestino como parte fundamental do caminho em direção à paz no Oriente Médio.

O conceito de uma "solução de dois Estados" recebeu um forte respaldo durante as discussões entre os chanceleres, com representantes de 30 países e 15 organizações internacionais apoiando vigorosamente essa abordagem, segundo o Estado de S. Paulo. Este amplo apoio foi destacado pelos representantes dos Estados Unidos, Antony Blinken, e da União Europeia, Joseph Borrell, ambos concordando com a necessidade de reconhecer a soberania palestina sobre seus territórios.

O presidente Lula (PT), em reunião prévia com Blinken, também expressou sua concordância com a necessidade de estabelecer o Estado Palestino. Este consenso foi amplamente elogiado como o maior avanço diplomático nas discussões geopolíticas do G20 no Rio.

Joseph Borrell enfatizou a importância de encaminhar essa questão para a Assembleia Geral da ONU e o Conselho de Segurança, sugerindo uma ação concreta nesse sentido. Ele ressaltou que, embora possa haver discordâncias em outros assuntos, a necessidade de uma solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina é uma visão compartilhada. “Caros ministros, podemos discordar sobre a Ucrânia, mas concordamos sobre a necessidade de uma solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina. E se há um consenso de que apenas uma solução de dois Estados resolverá este conflito – conflito demasiado duradouro -, então precisamos redobrar os nossos esforços para implementar esta solução”.

O chanceler britânico, David Cameron, também sinalizou a disposição de Londres em reconhecer oficialmente o Estado da Palestina na ONU, destacando isso como um passo crucial e irreversível para encerrar o conflito em curso no Oriente Médio.

Além disso, foi discutida a importância de fortalecer as instituições palestinas como parte de um plano abrangente, com ênfase na diversificação de relações diplomáticas na região, incluindo a normalização das relações entre Israel e países árabes como a Arábia Saudita.

O chanceler norueguês, Espen Barth Eide, defendeu a necessidade de fortalecer alternativas políticas ao grupo Hamas, como o Fatah, a Autoridade Nacional Palestina e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), destacando que uma Palestina controlada pelo Hamas seria amplamente rejeitada. “Fiquei muito satisfeito em ver que todos os membros do G20 e quase todos os demais que discursaram hoje disseram que desejam uma solução de dois Estados. Eu disse que uma coisa é dizer que deseja, outra coisa é discutir como chegar lá".