Nesta quarta-feira (10), presidente da Câmara se encontra com prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e com o presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP)
Desde outubro, quando da votação da segunda denúncia contra Michel Temer na Câmara, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), começou a se aproximar de bancadas do centro. As relações com o PP e com o Solidariedade, especialmente, ficaram mais firmes.
Já naquela época, a intenção era clara: abrir caminhos para uma possível candidatura à Presidência da República. Na ocasião, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), chegou a ir à residência oficial de Maia, e ofereceu apoio de seu partido a qualquer projeto político que ele tivesse para as eleições de 2018.
Agora, o presidente da Câmara começou a planejar viagens e reuniões pelo Brasil, com o propósito de se tornar mais conhecido. Além disso, de acordo com informações da Folha de S. Paulo, Maia decidiu procurar empresários e outros partidos para dar sustentação à candidatura.
A agenda começa já nesta quarta-feira (10), no Rio de Janeiro, onde tem encontro agendado com o prefeito Marcelo Crivella, que terá a presença do ministro das Cidades, Alexandre Baldy, e com o presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP). As informações são de O Globo.
Paulinho da Força é entusiasta do nome de Rodrigo Maia ao Planalto. "Há um espaço no eleitorado de centro, principalmente diante das dúvidas em torno do ex-presidente Lula. Como Maia tem boa relação com diversos partidos, esse espaço pode ser viabilizado com ele", afirmou. "Qualquer candidato é melhor do que o Henrique Meirelles", brincou Paulinho.
Ainda conforme a Folha, Maia tem sido cauteloso em relação aos movimentos mais assertivos sobre sua candidatura, ainda mais enquanto a votação da reforma da Previdência não acontece. O objetivo, de acordo com fontes próximas do deputado, é evitar cometer o mesmo erro de Meirelles: falar como candidato em meio às negociações da proposta.
Por isso mesmo, o presidente da Câmara acertou com o presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), o adiamento para o dia 28 de fevereiro da convenção do partido, inicialmente marcada para o dia 6 . "A prioridade é a Previdência, ajudar o governo a construir os 308 votos", disse Maia.
Ele deve aproveitar o evento para se testar. Na oportunidade, tudo indica que adotará um discurso próprio, que defenda as reformas, legado do governo de Michel Temer, porém sem se comprometer tanto com a pauta exclusivamente econômica do presidente.
O motivo é simples: manter independência em relação a um governo que tem baixíssimos índices de aprovação, e poder criticá-lo. Até agora, os números também não favorecem Maia, que foi lembrado por apenas 1% dos eleitores, na última pesquisa de intenção de voto realizada pelo Datafolha.