Os recursos, ainda segundo a publicação do ministériocomandado por Damares, foram realocados para o Memorial após o cancelamento de outras obras como a “construção da quinta penitenciária federal, adequação física de penitenciárias federais, reintegração de presos, internados e egressos, capacitação em serviços penais, reaparelhamento de unidades penais e acompanhamento à execução de penas alternativas, além de outras destinações”.
"Essa era a política de direitos humanos no Brasil. Tiraram da reforma e construção de presídios para fazer um memorial. Tremendo descaso com os anistiados", criticou a ministra em postagem no Twitter.
As mudanças nas destinações dos recursos foram verificadas em auditoria feita pelo ministério. O decreto, que autorizou a transferência é datado de 19 de novembro de 2009, quando publicado no Diário Oficial da União, segundo informações da pasta.
Na véspera da visita ao ex-futuro memorial da anistia, a ministra Damares escreveu no Twitter que veria o que dava para fazer com o assunto e que já foram gastos R$ 28 milhões na obra, que inicialmente tinha um orçamento previsto de R$ 5 milhões. Durante a visita, os integrantes da cúpula da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) contestaram o número e disseram que se gastou R$ 12 milhões até então.
A ministra visitou toda a estrutura do prédio acompanhada pela cúpula da universidade e, no percurso, foi informada de que faltariam cerca de R$ 3 milhões para a restauração do prédio e mais R$ 8 milhões para colocar o memorial para funcionar. De acordo com ela, no entanto, os recursos que forem conseguidos servirão para equipar dar melhor estrutura à Comissão de Anistia do governo federal para responder mais rápido a pedidos dos interessados.
Ainda sobre a decisão, a ministra disse que caberá a UFMG cumprir com que o ministério definir que será o uso do local.
A construção está sob investigação da Polícia Federal, que apura um suposto desvio de recursos no empreendimento. Em 2017 foi feita uma operação e reitores da UFMG foram alvo de conduções coercitivas para explicar o atraso na obra. Questionada sobre o assunto, a reitora Sandra Goulart disse que a UFMG está “à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos”.