FRAUDE DO INSS

BRASÍLIA - A CPMI do INSS ouvirá na próxima segunda-feira (6/10) o empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) em investigação sobre fraudes em aposentadorias e pensões.

Ex-sócio do advogado Nelson Wilians, também investigado por possíveis fraudes, Cavalcanti será questionado sobre sua participação no esquema e sobre os bens apreendidos, entre eles carros de luxo e quantias em dinheiro consideradas incompatíveis com sua renda.

A convocação foi aprovada a partir de quatro requerimentos apresentados por integrantes da comissão. Em um deles, a senadora Leila Barros (PDT-DF) ressaltou que o empresário teve bens de alto valor apreendidos durante a operação, incluindo uma Ferrari, uma réplica de carro de Fórmula 1, relógios de luxo e uma grande soma em dinheiro.

Articulada pela oposição, a CPMI do INSS foi instalada em agosto com o objetivo de investigar fraudes bilionárias relacionadas a descontos indevidos em aposentadorias e pensões pagos pelo instituto. A investigação suspeita que, de 2019 a 2024, a fraude tenha somado R$ 6,3 bilhões.

Desde então, a comissão já aprovou centenas de requerimentos, incluindo a convocação de ex-servidores do INSS e de pessoas apontadas como envolvidas no esquema de corrupção. Também autorizou a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico de diversos investigados e entidades, entre eles o lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”.

O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que poderá solicitar condução coercitiva de testemunhas que se recusem a depor, medida que permite levar alguém à força para esclarecimentos, caso descumpra uma convocação oficial, a fim de assegurar as investigações e evitar atrasos nos trabalhos da CPMI.