As tratativas do governo federal para comprar 60 milhões de doses da vacina chinesa CanSino vão ser investigadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID-19. O trato tem o custo de R$ 5 bilhões. A ideia de apurar o caso no comitê do Senado Federal foi divulgada pelo jornal “O Globo”.

A carta de intenções pactuada entre o governo brasileiro e a Belcher Farmacêutica, representante da CanSino no país, aponta US$ 17 como custo de cada injeção. O composto é ministrado em dose única.

O negócio ainda não foi fechado, mas a Belcher, intermediária, é alvo de investigação da Polícia Federal que apura desvio de testes para o coronavírus adquiridos pelo governo do Distrito Federal.

A empresa tem o apoio de empresários ligados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como Luciano Hang, da Havan, e Carlos Wizard, que mantém empresas de educação, alimentação e esportes. Wizard, aliás, será ouvido pelos senadores nesta semana.
Covaxin
A CPI já se debruça sobre o caso da vacina indiana Covaxin. Na sexta, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda mostrou aos senadores documentos e mensagens que embasam alegações de ilicitudes nas negociações.

O funcionário público, irmão do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), afirmou que três de seus superiores na pasta exerceram pressão para o pagamento antecipado de US$ 45 milhões – R$ 221 milhões –, para a importação de doses.

O deputado Luis Miranda disse ter informado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre as suspeitas. Segundo o congressista, o chefe do Executivo federal, ao tomar conhecimento das alegações, apontou possível participação de seu líder na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).