O deputado Aécio Neves (PSDB) evita dizer se pretende disputar o governo de Minas Gerais em 2026. O tucano sabe que o nome dele aparece nas discussões internas da sigla, mas tenta se colocar fora do jogo — ao menos por enquanto. “Se fala muita coisa”, desconversou, no primeiro momento, quando perguntado pelo PlatôBR sobre essa hipótese.

Logo, porém, o deputado admitiu que existe interesse dos correligionários em seu retorno ao governo mineiro, cargo que ocupou por dois mandatos, entre 2003 e 2020. “Não está nos meus planos, mas o partido quer. É algo para pensar só no ano que vem. Minha missão agora é fortalecer o nome do partido nacionalmente, esse é o foco”, disse.

A movimentação no PSDB ocorre em um momento de indefinições no quadro de candidaturas para a sucessão do governador Romeu Zema (Novo). A maior dúvida é em relação ao nome que será apoiado por Lula. O preferido do presidente é o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que resiste a se lançar nessa empreitada e gostaria de ser indicado para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no STF, mas o favorito é o advogado-geral da União, Jorge Messias.

Ex-presidente do Senado, Pacheco representa uma possiblidade de ampliação das alianças de Lula para o centro político no estado. Essa característica, na avaliação do presidente, aumentaria as chances de vitória contra o grupo político de Zema, que terá como candidato o vice-governador, Mateus Simões (PSD). Em março, Simões deve assumir a cadeira de titular, com a provável desincompatibilização de Zema para disputar algum cargo em 2026.

Se Pacheco quiser entrar na disputa, ou se for indicado para o Supremo, a alternativa natural do PT é lançar um nome da própria legenda. A prefeita de Contagem, Marília Campos, desponta como a principal aposta do partido. Nos bastidores, o PT dialoga com o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), líder nas pesquisas. Embora seja do campo Bolsonarista, Cleitinho sinaliza interesse em se aproximar dos petistas, estratégia que o fortaleceria no embate com o grupo de Zema.