O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou neste sábado (31) que seus policiais não usarão câmeras corporais, que servem para identificar possíveis ilegalidades cometidas por agentes de segurança. Entre quatro indicadores — mortes causadas por agentes de segurança, homicídios dolosos, latrocínios e mortes após lesão corporal — a parcela da letalidade policial ficou entre 4,6% e 15,8% entre 2015 e 2018, mas aumentou para 23,7% em 2019 e alcançou 30,2% em 2022. Em 2018, antes de Caiado assumir, foram registrados 429 casos de mortes causadas pelas forças de segurança. Nos quatro primeiros anos de seu governo, de 2019 a 2022, o número sempre superou 500 mortes, um aumento de 16,55%.

"Em Goiás, nenhum policial vai usar câmera, nenhum. Eu tenho uma corregedoria austera. Meus policiais respondem pelos seus atos. Câmera no policial, as facções aplaudem de pé, porque, realmente, o policial não vai ali criar provas contra ele (o bandido)", disse Caiado durante um painel sobre segurança pública na manhã deste sábado (31), na Expert XP 2024.

De acordo com o governador, Goiás e o Brasil vivem "a situação do Equador, de El Salvador, e hoje mesmo o Panamá já declara áreas com toque de recolher, porque a facção hoje está tomando o território brasileiro".

Além de Caiado, também participaram do evento o governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), e o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL).