SÃO PAULO

A Polícia Federal (PF) realizou nesta quarta-feira (5/7) a Operação Ciclo Fechado, nos municípios de Barueri e Santana de Parnaíba, no estado de São Paulo. O coach Pablo Marçal é um dos alvos da investigação que apura crimes eleitorais cometidos nas eleições de 2022.

Marçal foi pré-candidato do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) à Presidência da República. Entretanto, em agosto o partido definiu pela retirada da candidatura e posteriormente ele mudou o registro da candidatura para deputado federal. Na época, o coach declarou um patrimônio de aproximadamente R$ 17 milhões à Justiça Eleitoral.

Em outubro de 2022 o TSE indeferiu a candidatura de Marçal e a vaga passou a ser ocupada por Paulo Teixeira (PT).

Entre os crimes apurados estão suposta falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, Marçal e seu sócio realizaram doações milionárias às campanhas, sendo que boa parte desses valores foi remetido posteriormente às próprias empresas das quais são sócios. 

Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e nas sedes das empresas supostamente envolvidas.

'Coach messiânico'

Em janeiro de 2022 Pablo Marçal, conhecido como “coach messianido” nas redes sociais, conduziu um grupo de 67 pessoas ao Pico dos Marins, localizado a 2.420 metros acima do nível do mar, na Serra da Mantiqueira em São Paulo. A viagem fazia parte de seu programa de aconselhamento: “O pior ano de sua vida”. 

Marçal conduziu o grupo à montanha em meio a péssimas condições climáticas, contrariando recomendações da Defesa Civil, que havia divulgado estado de alerta para a região. Ao longo da subida, muitos integrantes desistiram e voltaram para trás. O Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo foi ao resgate do grupo de 32 pessoas que chegaram ao cume e constataram que elas corriam sério risco de morrer de hipotermia.