Integrantes do centrão, bloco parlamentar que deu sustentação ao governo Jair Bolsonaro (PL), emitiu sinais de que o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode contar com uma base parlamentar mais sólida caso se disponha  apoiar ou não criar obstáculos à tentativa de reeleição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A informação é da Folha de S. Paulo. 

“Integrantes do centrão e de outros partidos de centro e direita ouvidos pela Folha avaliaram que uma aliança seria benéfica tanto para Lula como para Lira, o que isolaria o bolsonarismo radical no Congresso a partir de 2023. Um porém relevante é que tal união, caso ocorra, pode ter que ser feita em um processo mais lento. Isso porque o centrão, mesmo tendo integrado governos do PT no passado, desta vez deu os braços explicitamente ao bolsonarismo”, ressalta a reportagem. 

O texto destaca, ainda, que “o centrão (PL, PP, Republicanos e outras siglas nanicas) terá na próxima legislatura cerca de 200 parlamentares, sendo que os bolsonaristas radicais dentro desse grupo, em especial no PL, não passariam de 50. Ou seja, a margem de manobra pró-Lula seria bem expressiva. Por fim, um acerto com Lira facilitaria a adesão do centrão que não é bolsonarista raiz à reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) no Senado, o que é bem-visto pelo PT”.