O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) publicou um texto em redes sociais comparando a prisão preventiva do pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro, a um ato de tortura.

A postagem ocorreu após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o empresário Paulo Figueiredo por coação no curso do processo, o que motivou a prisão de Jair Bolsonaro, ele próprio não denunciado.

A denúncia se refere a uma suposta articulação de sanções contra o Brasil e autoridades brasileiras nos Estados Unidos, com o objetivo de influenciar o resultado do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal.

Carlos descreve o pai como "banido das redes sociais, com tornozeleira eletrônica, preso, incomunicável, vigiado diariamente na porta de sua casa, com carros revistados ao entrar e sair de sua residência, monitorado como jamais visto na história do Brasil". Ele encerrou a publicação com um apelo dramático: "PAREM A TORTURA, PELO AMOR DE DEUS!".

O uso do termo "tortura" por Carlos contrasta fortemente com a postura histórica de Jair Bolsonaro. O ex-presidente, ao longo da carreira, defendeu publicamente a ditadura militar e a figura de Carlos Alberto Brilhante Ustra, único militar reconhecido pela Justiça como torturador no Brasil. Em 2016, durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff, Bolsonaro dedicou seu voto: "Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff (...)". 

 O contraste se aprofunda com uma declaração de 2008, quando Jair Bolsonaro afirmou que o "erro da ditadura foi torturar e não matar (...)". Essa fala, em particular, transcende o apoio ao regime, sugerindo preferência por uma repressão ainda mais letal, o que torna o recente apelo de seu filho sobre "tortura" um ponto de alta tensão na narrativa política e um tema que resgata o debate sobre a memória histórica nacional. 

Quais as relações de Bolsonaro e Lula com governos autoritários? 

A prisão preventiva de Jair Bolsonaro e a denúncia contra o filho dele, Eduardo, estão inseridas no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente foi condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. 

Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado. Ele está em prisão domiciliar por ter tentado obstruir as investigações.

As medidas cautelares, como a tornozeleira eletrônica e o monitoramento, foram implementadas para garantir a não interferência no processo judicial, visto que o ex-mandatário é acusado de atrapalhar o andamento das investigações que já foram encerradas.

Confira o texto na íntegra 
- O Presidente Jair Bolsonaro, o maior líder político do país, segue banido das redes sociais, com tornozeleira eletrônica, preso, incomunicável, vigiado diariamente na porta de sua casa, com carros revistados ao entrar e sair de sua residência, monitorado como jamais visto na história do Brasil - tudo isso por um inquérito que sequer foi denunciado.

- Essas absurdas cautelares já deveriam ter sido revogadas de ofício. A defesa protocolou o pedido, mas após mais de 96 horas o relator segue em silêncio e, como de costume, descumpre o que determina a lei - assim como a OAB e todos os que querem sua alma!

 Crimes e denúncias

- PGR denuncia Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo por coação

- O crime de coação envolvia articulação de sanções nos EUA para influenciar o STF

- Carlos Bolsonaro (PL) publica defesa, comparando a prisão do pai a "tortura"

Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses, segue em prisão preventiva com medidas cautelares

Medidas Cautelares Aplicadas 

- Uso de tornozeleira eletrônica

- Banimento das redes sociais

- Vigilância diária na porta da residência e a veículos

- Restrição de comunicação inclusive com o filho, a nora e os netos