RBA - A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), candidata à prefeitura do Rio de Janeiro, comemorou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que estabelece a distribuição proporcional de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) para candidaturas negras já nas eleições municipais deste ano. Além dos recursos, o tempo de televisão também deverá ser proporcional.

“Neste ano, as candidaturas de negras e negros, dentro da proporcionalidade, vão aparecer nas telinhas”, saudou Benedita, em entrevista ao programa Brasil TVT, neste domingo (4).

Por outro lado, trata-se de uma medida “didática”, e mais um passo na busca por uma sociedade antirracista. Além disso, deve colaborar para uma política mais representativa, segundo a parlamentar.

Dos 546 mil candidatos inscritos para as eleições de 2020, os negros são maioria, considerando pardos (39,43%) e pretos (10,45%). Muitos atribuem esse crescimento a uma reação à onda fascista liderada pelo governo Bolsonaro, e consequência da luta de figuras como a ex-vereadora Marielle Franco, que foi assassinada em 2018. Contudo, na disputa para as prefeituras, apenas 4,5% das candidaturas são de mulheres pretas ou pardas.

“A maioria da população brasileira é de mulheres. E, dentre essas mulheres, a maioria é negra. É uma população que deveria ter uma representatividade bem maior. Não temos que esperar uma tragédia, como o assassinato de Marielle, para que as mulheres negras possam estar nos espaços de visibilidade”, afirmou a deputada.

Fundação Palmares


Benedita também afirmou que entrou na Justiça contra a decisão do presidente da Fundação, Palmares Sergio Camargo, de retirar o seu nome da lista de personalidades negras do órgão. Segundo a deputada, Camargo é “racista” e exerce a função de “capitão do mato”, perseguindo outras figuras negras. Além de Benedita, o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela também foi excluído do índice da fundação.