Durante o dia, Ciro visitou Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.
Em entrevista, ele deu pouca importância ao resultado da pesquisa Ibope
O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, deu entrada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, no fim da tarde desta terça-feira (25). De acordo com sua assessoria de imprensa, o pedetista passou por um procedimento de cauterização de vasos da próstata, e o resultado foi considerado um sucesso. Informou ainda que Ciro passaria a noite internado e que deverá retornar às suas atividades o mais breve possível.
Em visita a Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde cumprimentou pessoas em uma praça do centro na manhã desta terça-feira, o candidato deu pouca importância ao resultado da pesquisa Ibope/Estado/TV Globo de intenções de voto para presidente divulgada na segunda-feira (24). Nesse levantamento, ele aparece em terceiro lugar, com 11%, metade do índice alcançado por Fernando Haddad (PT), de 22% das preferências.
"A eleição está aberta", afirmou, questionando também os resultados dos institutos de pesquisa. "Vamos pegar o passado para não parecer que é candidato se queixando de resultado de pesquisa: dia 23 de setembro de 2014, mais ou menos neste dia da eleição passada, o Ibope dizia que a Dilma tinha 37% (das intenções de voto), a Marina tinha 32% e o Aécio, 19%. Como todo brasileiro sabe, o resultado foi completamente diferente disso", afirmou.
"Isso tem duas razões. Primeira: o povo não decidiu ainda. Nós ainda temos três debates fundamentais, nas três emissoras (de TV) de maior audiência. Segunda: dia 29 você terá manifestações importantes de mulheres, que são a maioria do eleitorado e tendem a influenciar muito o voto. Cinquenta e um por cento das mulheres, que são 52% do eleitorado, não decidiram o voto ainda. Portanto, a eleição está aberta", afirmou.
"Isso quer dizer que eu sou favorito? Não, eu nunca fui. Vamos ter clareza, eu não entrei nisso porque era favorito. Entrei nisso porque a gente precisa dar ao povo brasileiro (uma opção)", afirmou Ciro, que lançou dúvida sobre a idoneidade dos institutos de pesquisa: "Neste país se compra e se vende até deputado. Será que os institutos de pesquisas estão imunes ao poder avassalador do dinheiro e da corrupção?".
O candidato do PDT acredita que o panorama eleitoral pode mudar até outubro: "As pesquisas são um retrato do momento, mas nenhuma nação do mundo civilizado dá aos institutos de pesquisa o direito de escolher por nós o nosso destino. Acredito muito que o povo vai tirar esses últimos dias (antes da eleição) para pensar. Será que o Brasil está obrigado a escolher entre o 'coisa ruim' (referência ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro) e a volta do PT?".
"Será que o país aguenta esse nível de ódio na política? Quando a Dilma ganha a eleição por quase nada e o Aécio se nega a reconhecer o resultado, se cria a ambiência para destruir a economia. Quem está pagando muito caro por isso é a população mais pobre. Nós temos a chance de criar um caminho novo para o Brasil", afirmou Ciro.
Petróleo
O candidato pedetista criticou os leilões para exploração dos poços de petróleo no Brasil: "Pitorescamente, para não dizer canalhamente, entregamos o petróleo brasileiro, a pretexto de privatizar, para uma estatal da Noruega. Vamos ver quem é sério, quem é inteligente: o Brasil, que tem petróleo para dar e vender, ou a Noruega, que vem aqui com a estatal dela e compra o nosso petróleo? Evidentemente que os canalhas que nos governam estão levando algum por trás para entregar a riqueza do povo brasileiro aos estrangeiros", afirmou.
A visita a Duque de Caxias, que consumiu cerca de 40 minutos, foi o único compromisso de Ciro no Estado do Rio nesta terça-feira.