Escute o áudio da matériaBRASÍLIA - A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados enviou uma representação ao Conselho de Ética em que pede a suspensão, por seis meses, do mandato do deputado Gilvan da Federal (PL-ES), por ofensas direcionadas à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Na última terça-feira (29), em audiência na Comissão de Segurança Pública, Gilvan citou Gleisi como um exemplo de petistas que faziam ataques à Polícia Federal durante a Lava Jato e fez menção às investigações que miravam a ministra.

“Na Odebrecht, existia uma planilha de pagamento de propina a políticos. Eu citei aqui o nome ‘Lindinho’ e ‘Amante’, que devia ser uma prostituta do caramba. Teve até deputado que se revoltou. Ou seja, a carapuça serviu.”, disse 

Durante o período da Lava Jato, o apelido “Amante” era atribuído a Gleisi no que seria uma planilha de propinas da construtora Odebrecht, enquanto “Lindinho” seria o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).

Na representação, a Mesa da Câmara diz que Gilvan da Federal cometeu quebra de decoro e comportamento “incompatível” com a dignidade do mandato, além de “ferir a honra” de Gleisi Hoffmann.

“As falas do Representado excederam o direito constitucional à liberdade de expressão, caracterizando abuso de prerrogativas parlamentares além de, repise-se, ofenderem a dignidade da Câmara dos Deputados, de seus membros e de outras autoridades públicas”, diz o documento.

“Caracterizadas as hipóteses de (1) abuso das prerrogativas constitucionais asseguradas aos membros do Congresso Nacional e de (II) irregularidade grave no desempenho do mandato que afete a dignidade da representação popular, encaminhe-se a presente Representação ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, para os fins de aplicação de suspensão cautelar do mandato, por seis meses”, complementa.

Agora, cabe ao Conselho de Ética decidir se dá andamento ao caso e se condena ou absolve o parlamentar das acusações.

Esta não é a primeira polêmica na qual Gilvan da Federal se envolve. Em abril, ele afirmou, também em um discurso na Comissão de Segurança Pública da Câmara, que deseja a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).