Em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal, o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) afirmou que enviou para a campanha de Aécio Neves à presidência da República em 2014, um valor de R$ 1,5 milhão oriundo do pagamento de propinas no Estado.

“Ele (Aécio) estava meio deprimido, para baixo, a Marina (Silva) tinha ultrapassado ele”, contou Cabral. “Então pedi para procurarem o homem do dinheiro dele e encaminhei R$ 1,5 milhão.”

Aécio Neves não foi o único político citado no depoimento de Cabral, como beneficiário de dinheiro oriundo de propina. O ex-governador do Rio, que está preso, citou também o atual prefeito Marcello Crivela também foi citado. “Em 2008 eu comprei o apoio do Crivela”, disse.

O ex-governador deu detalhes sobre o esquema de propina na Assembleia Legislativa do Rio desde a época em que era presidente da Casa. Ele contou que administrava a caixinha da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado (Fetranspor) na Assembleia durante anos e recebia, mensalmente, R$ 300 mil. O esquema foi mantido por Jorge Picciani depois que Cabrail se elegeu senador.

“A cada dois ou três meses, ele me mandava um dinheiro, uma ajuda, uns R$ 200 mil”. Durante o seu governo, o volume total da propina teria chegado a R$ 144 milhões. Segundo Cabral, parte de seu secretariado e de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado também recebiam dinheiro.

COM A PALAVRA, AÉCIO

O deputado Aécio Neves desconhece qualquer pedido de apoio feito pelo ex-governador do Rio para a campanha presidencial do PSDB em 2014. Todas as doações realizadas àquela campanha estão devidamente declaradas e foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Alberto Zacharias Toron
Advogado