O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou nesta terça-feira (26) o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que no presente mês aceitou uma denúncia contra ele por incitação ao estupro. O caso remonta a 2014, quando Bolsonaro declarou que não cometeria estupro contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), justificando que ela era "muito feia". Pelas redes sociais, Bolsonaro se diz perseguido pela Justiça. "Fato de 2014. A perseguição não para. Fui insultado, me defendo e mais uma vez a ordem dos fatos é modificada para confirmar mais uma perseguição política conhecida por todos", afirmou. 

A Justiça do Distrito Federal aceitou a denúncia contra Bolsonaro no início de setembro. Inicialmente, a denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República em 2014. No entanto, devido ao fato de Bolsonaro não ocupar mais nenhum cargo eletivo, o caso foi remetido à Justiça comum neste ano, com a concordância do Ministério Público do Distrito Federal. Em 1º de setembro, o juiz Omar Dantas Lima, da 3ª Vara Criminal de Brasília, tornou Bolsonaro réu em uma decisão interlocutória, que não analisa o conteúdo do processo, apenas confirma que o processo atende aos requisitos para seu prosseguimento.

No episódio de 2014, quando ainda era deputado federal, Bolsonaro proferiu na Câmara dos Deputados que Maria do Rosário não merecia ser estuprada, alegando que ela seria "muito feia" e "não fazia seu tipo". Bolsonaro chegou a ser condenado a indenizar a deputada em R$ 10 mil em 2017, mas recorreu, e o caso ainda está em tramitação. (*Com informações do UOL)