INVESTIGAÇÃO
 
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria enviado, ao longo de 2022, pelo menos 18 mensagens para o empresário Meyer Nigri, fundador da construtora Tecnisa, entre elas citações sobre uma possível "guerra civil" caso as eleições presidenciais tivessem como vencedor o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que foi confirmado ao final do segundo turno das eleições, que marcou a vitória do petista.

Bolsonaro também teria compartilhado mensagens com ataques ao poder Judiciário, mentiras sobre urnas eletrônicas e vacinas contra a COVID-19. Ele foi intimado a prestar esclarecimentos à Polícia Federal (PF) após a investigação ser prorrogada por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

De acordo com informações do colunista do portal "Uol", Aguirre Talento, Nigri recebia as mensagens do ex-presidente e as encaminhava para vários grupos e contatos do seu WhatsApp.

Uma série de notícias falsas sobre a confiabilidade das vacinas contra o coronavírus também foi enviada por Bolsonaro ao empresário.

Entre as mensagens, estava uma que atrelava Alexandre de Moraes a um esquema para fraudar eleições; uma imagem que alegava que havia uma estratégia de ganhar o poder a qualquer custo e que haveria sangue e guerra civil; em 8 de agosto, Bolsonaro enviou uma mensagem que dizia que o "STF será responsável por uma guerra civil no Brasil", texto com uma série de mentiras e informações falsas sobre o processo eleitoral.

A defesa de Nigri afirmou que ele apenas encaminhou eventualmente e de maneira particular mensagens que havia recebido no WhatsApp buscando fomentar o legítimo debate de ideias.

As mensagens eram encaminhadas a outros empresários, como Afrânio Barreira, dono do Grupo Coco Bambu; Luciano Hang, dono da Havan; José Isaac Peres, dono de shoppings Multiplan; Ivan Wrobel, da Construtora W3 Engenharia; Marco Aurélio Raymundo, mais conhecido por Morongo, dono da marca Mormaii; e José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro.
 
Este último chegou a afirmar, em um grupo com os empresários, que preferiria que houvesse um golpe de estado do que o retorno do Partido dos Trabalhadores (PT) ao governo.