O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desafiou nesta quinta-feira (2) alguns governadores e outras autoridades que o criticaram na condução da pandemia do novo coronavírus, a irem ao encontro do povo. Ironizando as medidas protetivas adotadas em estados e municípios, perguntou se as lideranças estão com "medinho do vírus". O presidente também afirmou que desconhece hospitais que estejam lotados no país.


Bolsonaro disse ainda que os gestores estaduais e municipais estão querendo "jogar no colo" dele a responsabilidade sobre o impacto econômico gerado pela pandemia. De acordo com ele, o coronavírus “não é tudo isso que estão pintando”.


Em frente a apoiadores do governo, o presidente deixou de lado o tom moderado do pronunciamento feito na última terça-feira (31), pedindo a união de esforços e ações coordenadas. Bolsonaro voltou a dizer que existe uma histeria em torno da doença no Brasil e defendeu que autoridades devem ir às ruas.
 
“Eu fui em Ceilândia e Taguatinga domingo passado, fui massacrado pela mídia. Não fui passear em lugar nenhum, fui ver o povo lá. Duvido que um cara desses, um governador desses, um Doria (SP) da vida, um Moisés (SC) vá no meio do povo. Não vai. E algumas outras autoridades que me criticam aí. Vai lá conversar com o povo. A justificativa é ‘ai, não vou porque eu posso pegar’. Tá com medinho de pegar vírus, é?”, provocou.
 
Jair Bolsonaro também disse que os governadores precisam aprender a “não ser tão radicais” nas medidas contra a COVID-19. Ele fez ataques diretos aos governadores João Doria (PSDB-SP), Wilson Witzel (PSC-RJ), Eduardo Leite (PSDB-RS) e Carlos Moisés (PSL-SC).
 
"O vírus, 60%, 70% vai ter. A tentativa é de atrasar a infecção para os hospitais poderem atender. Eu desconheço qualquer hospital que esteja lotado. Muito pelo contrário", completou o presidente. "Não é isso tudo que estão pintando, até porque no Brasil o clima é diferente."
 
*Estagiária sob supervisão da editora Liliane Corrêa