O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, votou, há 20 anos, em dois dos oponentes nesta eleição para o Palácio do Planalto. No pleito de 2002, quando o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), principal opositor de Bolsonaro, foi eleito pela primeira vez, ele contou com o voto do atual chefe do Executivo no segundo turno contra o candidato José Serra (PSDB).


À época, Bolsonaro, que era deputado federal pelo PPB do Rio de Janeiro, expôs o voto publicamente, inclusive durante sessão na Câmara dos Deputados. "No primeiro turno das eleições, trabalhei na campanha de Ciro Gomes e afirmei publicamente que votaria no Lula, caso o meu candidato não fosse para o segundo turno. Assim o fiz", disse conforme nota taquigráfica da Câmara dos Deputados de 6 de novembro de 2002. “Confesso publicamente que votei no Lula no segundo turno, porque jamais votaria no candidato do Fernando Henrique Cardoso”, contou na tribuna da Câmara em 5 de dezembro. 

Segundo Bolsonaro disse à época, no primeiro turno, a opção dele foi Ciro Gomes, na época no PPS, hoje no PDT e candidato pela quarta vez à Presidência da República. Posteriormente, Ciro foi ministro da Fazenda de Lula.

Após Lula ser eleito, Bolsonaro fez lobby para o então deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ser indicado como ministro da Defesa. À Folha de S. Paulo, questionou Bolsonaro sobre o apoio a um parlamentar de um partido comunista e ele respondeu: "As coisas mudaram. Hoje, comunista toma uísque, mora bem e vai à piscina."


Aldo Rebelo foi ministro da Defesa, da Defesa, da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Esporte e de Coordenação Política e Assuntos Institucionais durante os governos de Lula e Dilma Rousseff.

Eleições 2022


De acordo com o último levantamento do Ipec, divulgado na noite desta segunda-feira (5/9), o ex-presidente Lula tem 44% das intenções de voto no primeiro turno enquanto Bolsonaro tem 31%. Ciro Gomes aparece na sequência com 8% das intenções.

Em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista lidera com 52% contra 36% de Bolsonaro.