O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta, 14, que “não dará satisfação” ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao comentar as declarações dados pelo petista em entrevista concedida na noite desta quinta, 13, da sede da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre pena dentro da Operação Lava Jato. Na entrevista, Lula colocou em dúvida o atentado que sofreu durante a campanha.

“Eu teria grana e influência para armar algo desse tamanho?”, questionou Bolsonaro durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto – o Estado foi convidado. Segundo o presidente, a depender do lugar onde uma facada é dada "sangra pra dentro" e, por isso, não há imagens de sangue logo após o atentado ocorrido em Juiz de Fora em setembro do ano passado. Bolsonaro disse ainda que, se dessem uma facada na barriga do Lula, "sairia cachaça com certeza".

“Que eu saiba, presidiário presta depoimento e não dá entrevista”, criticou Bolsonaro ao comentar entrevista concedida por Lula à TVT. “Devolvo a pergunta a Lula: Quem matou Celso Daniel? Ou melhor: Quem torturou Celso Daniel antes de matá-lo? Porque ele estava com hematomas”, disse, referindo-se ao assassinato do ex-prefeito de Santo André em 2002. 

Canalha

Presente ao encontro, o general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, pediu a palavra e chamou Lula de canalha. “Isto é o cúmulo. Ele ainda aventar a hipótese da facada ser mentira. E será que o câncer dele foi mentira? E o câncer da dona Dilma (Rousseff) foi mentira? Alguém disse pra ele isso aí, teve peito de dizer isso pra ele? Isso é uma canalhice típica desse sujeito”, disse Heleno.

Segundo o general, um presidente “desonesto” tinha de ser condenado à prisão perpétua. ”Não mereceu jamais ser presidente da República. Eu tenho vergonha de um sujeito desse ter sido presidente da República”, disse.