O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse em entrevista divulgada neste domingo de Dia dos Pais, 13, que as prisões de seus ex-auxiliares tiveram o objetivo de forçar delações premiadas e atingi-lo. As declarações foram dadas durante uma entrevista que ele concedeu ao canal Te Atualizei. Sorridente e descontraído, o ex-presidente não mencionou a operação da Polícia Federal desta sexta-feira, 11, que investiga venda de joias que recebeu enquanto ocupava a Presidência. 

A corporação vasculhou quatro endereços ligados a seus aliados em busca de provas de um suposto esquema internacional de venda de joias e bens de alto valor com que Bolsonaro foi presentado em agendas oficiais. Para a PF, o ex-presidente estaria diretamente envolvido no esquema e teria recebido dividendos das transações em dinheiro vivo.

 Sem falar na operação desta sexta, Bolsonaro mencionou as prisões de pessoas de seu entorno, nomeando os ex-ajudantes de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid e Luis Marcos dos Reis. Os dois foram presos no dia 3 de maio no bojo da operação Venire, que investiga fraudes nos cartões de vacinação do ex-presidente e sua filha.''Eu tenho dois auxiliares diretos meus presos há 90 dias. Tenho dois que não eram diretos meus que estão presos ainda, são da ativa, que são o Cid (Mauro Cesar Barbosa Cid), mais o sargento Reis (Luis Marcos dos Reis).''

Em seguida, Bolsonaro disse que o objetivo das prisões seria forçar delações premiadas. ''O objetivo é sempre uma delação premiada. Vai delatar o quê? E o outro (objetivo), é me atingir.''

Na entrevista, ele não deu detalhes sobre quem seriam os outros dois auxiliares diretos. Além de Mauro Cid e Reis, a Polícia Federal prendeu Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal na última sexta, e Ailton Barros, militar expulso do Exército, que na campanha passada se identificava como o "01" de Bolsonaro no Rio.