Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (8/6) que errou ao dizer nessa segunda-feira (7/6) que um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) questionava 50% das mortes por COVID-19 no Brasil em 2020. Em uma fala com apoiadores nesta manhã, no Palácio do Planalto, em Brasília, Bolsonaro reconheceu o fato, mas seguiu, sem provas, apostando na tese de supernotificação.

“A questão do equívoco eu e TCU de ontem (segunda-feira). O TCU está certo, eu errei quando falei tabela, o certo é acórdão. O que acontece? Tem uma lei complementar do ano passado que diz que a distribuição de verbas do governo federal para estados levava em conta alguns critérios. O mais importante era a incidência de COVID. E o próprio TCU dizia o que? Que essa lei complementar poderia incentivar uma prática não desejável da supernotificação de COVID para aquele estado ter mais recurso”, disse Bolsonaro, nesta terça.

Na segunda-feira, o discurso havia sido outro: “Não é meu, é do tal do Tribunal de Contas da União, questionando o número de óbitos do ano passado por COVID. Ali, o relatório final, não é conclusivo, mas em torno de 50% dos óbitos por COVID no ano passado não foram por COVID, segundo o Tribunal de Contas da União. Esse relatório saiu há alguns dias. Isso aí muita gente suspeitava, muitos vídeos que vocês viram em WhatsApp e etc tem pessoas reclamando que o ente querido não faleceu daquilo. Muito bem fundamentado, está bem claro”, disse, também em conversa com apoiadores.

Horas depois da afirmação, ainda nessa segunda, o TCU se manifestou oficialmente e desmentiu Bolsonaro: “O TCU esclarece que não há informações em relatórios do Tribunal que apontem que ‘em torno de 50% dos óbitos por COVID no ano passado não foram por COVID’, conforme afirmação do Presidente Jair Bolsonaro divulgada hoje (segunda-feira)”.

Nesta terça, Bolsonaro fala em “tabela” ao invés de “relatório” e diz que o documento seria de sua autoria. “A tabela quem fez fui eu, não foi o TCU. Então, o TCU acertou em falar que a tabela não é deles. A imprensa usa para falar que eu fui desmentido. O tempo todo assim, mas não tem problema”, completou.

No ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde, 194.949 pessoas morreram de coronavírus no país. Com atualização dessa segunda-feira, os números chegam a 474.614 óbitos no Brasil.