Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) tentaram invadir na noite desta segunda-feira (12) a sede da Polícia Federal, em Brasília (DF). Armados com pedaços de pau, os manifestantes colocaram fogo em diversos carros e ônibus no entorno. 

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) deu tiros de balas de borracha e lançou bombas de efeito moral, mas não efetuou prisões. O senador Randolfe Rodrigues criticou duramente a atitude das forças policiais por omissão e cobrou o governador do DF, Ibaneis Rocha.

O futuro ministro da Justiça de Lula, Flávio Dino, disse pelo Twitter serem "inaceitáveis a depredação e a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal em Brasília. Ordens judiciais devem ser cumpridas pela Polícia Federal. Os que se considerarem prejudicados devem oferecer os recursos cabíveis, jamais praticar violência política".

Contexto


Nos últimos anos, o chefe do Executivo federal tentou passar para a população a mensagem de que o Poder Judiciário atrapalha o governo. O chefe do Executivo federal defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado das eleições. Partidos de oposição denunciaram publicamente a hipótese de o bolsonarismo tentar um golpe. 

No mês passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) multou o PL em R$ 22,9 milhões após o partido questionar a confiança das urnas eletrônicas. 

Bolsonaristas fizeram bloqueios em ruas após o término do segundo turno da eleição presidencial em 30 de outubro, quando Bolsonaro teve 49,1% dos votos e o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhou, com 50,9%.

Críticas ao Judiciário são uma das alternativas do norte-americano Steve Bannon, 69 anos, que tentou na última década fazer partidos de direita chegarem ao poder nos Estados Unidos e em outros países. Em janeiro de 2021, quando Trump perdeu a eleição, vários apoiadores invadiram o Legislativo e acusaram o sistema eleitoral de ser fraudulento.

Bannon, que foi estrategista do ex-presidente Donald Trump, teve um encontro com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos EUA após o segundo turno da eleição no Brasil e aconselhou o parlamentar a questionar o resultado.