O presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, declarou que o partido está "sempre disposto" a integrar a base do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso e garantiu que não será oposição. O União terá uma das maiores bancadas na Câmara em 2023, com 59 deputados eleitos.

"O que eu posso te dizer é o seguinte. Nós não seremos oposição ao governo. Mas somos independentes. Podemos integrar a base, sim. Estamos sempre dispostos. Se tivermos uma representação significativa como a que temos na Câmara dos Deputados, queremos conversar com o governo diariamente. É o maior partido independente do Brasil. Fizemos 60 federais sem caneta de nenhum governador nem do presidente", disse Bivar em entrevista ao jornal O Globo nesta quinta-feira (3).

Perguntado se o partido integraria uma frente parlamentar governista oficialmente, o presidente do União disse não ter nenhuma objeção: "Isso é uma discussão que vai além da presidência (do partido). Tenho que discutir com a bancada, mas eu não faço nenhuma objeção. Tudo é uma questão de conversar com o governo. Mas não existe, por conta disso, uma aliança dogmática. Nós temos os princípios do União Brasil."


O político, que quer disputar a presidência da Câmara no ano que vem contra Arthur Lira (PP-AL), hoje diz ser um "radical do Estado de Direito" e afirmou que o país tem uma dívida com a esquerda por ter resistido ao golpismo de Jair Bolsonaro (PL): "Todos os partidos que brigavam pelas instituições, pela democracia, enxergam o governo (eleito) com um sinal de grande simpatia. A esquerda foi quem mais resistiu às fustigações antidemocráticas desse país, isso a gente não pode negar. Temos uma dívida com a esquerda em relação a isso."