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Em mais um capítulo da crise institucional causada e agravada pelo presidente Jair Bolsonaro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, chamou o mandatário de farsante e disse que o que está em curso no Brasil é uma tentativa de retorno ao autoritarismo, na tentativa de descredibilizar o processo eleitoral por meio de afirmações falsas e antidemocráticas.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que fez um pronunciamento nesta quinta-feira (9/9), disse que o Brasil não deseja entrar no grupo de países que tiveram suas democracias atacadas e citou exemplos como Hungria, Polônia, Rússia, Geórgia, Filipinas, Venezuela, Nicarágua, El Salvador, entre outros. “Em todos esses exemplos, a erosão da democracia não se deu por golpe de estado sob as armas de generais e seus comandados”, afirmou.
“A subversão democrática nesses países se deu pela condução de líderes políticos, primeiros-ministros e presidentes da República eleitos pelo voto popular e que, em seguida, medida por medida, vêm desconstruindo os pilares que sustentam a democracia e pavimentando o caminho para o autoritarismo”, pontuou Barroso.
Segundo ele, as ofensivas de líderes autoritários contra a Justiça eleitoral configuram um modus operandi que tem como objetivo alegar fraude quando a derrota for confirmada nas urnas. Diante das mentiras propagadas por Bolsonaro sobre o processo eleitoral, o voto impresso e as instituições, o ministro do STF foi além e alfinetou o presidente ao recitar uma versão alternativa de um trecho bíblico, utilizado pelo mandatário desde que era candidato à Presidência.
“O slogan para o momento brasileiro, ao contrário do propalado, parece ser: ‘conhecerás a mentira e a mentira te aprisionará’”, disse Barroso, fazendo referência a João 8:32, que replica as palavras de Jesus: "Conhecereis a verdade e a verdade os libertará”.
O ministro lembrou que após a live de Bolsonaro em julho, a Justiça Eleitoral convocou-o para apresentar as provas de fraudes no sistema eleitoral, mas ele não o fez — o que demonstra, segundo Barroso, que o chefe do Executivo é um farsante. “É tudo retórica vazia, política de palanque. Hoje em dia, salvo os fanáticos que são cegos pelo radicalismo e os mercenários, que são cegos pela monetização da mentira, todas as pessoas de bem sabem que não houve fraude e quem é o farsante nessa história”.
“Quem decidiu que não haveria voto impresso não foi o TSE, foi o Congresso Nacional”, acrescentou.
Desvalorização global
O presidente do TSE afirmou, ainda, que o país sofre uma desvalorização global e que os brasileiros são “vítimas de chacota e de desprezo mundial”. Um desprestígio, nas palavras do ministro, pior do que a inflação, desemprego, desvalorização da moeda ou mesmo o desmatamento da Amazônia.
“Pior que tudo, a falta de compostura nos diminui perante nós mesmos. Não podemos permitir a destruição das instituições para encobrir o fracasso econômico, social e moral que estamos vivendo”, pontuou.
Barroso disse que a democracia tem lugar para conservadores, liberais e progressistas, desde que haja o respeito à Constituição. Ela só não tem lugar, segundo ele, “para quem pretenda destruí-la”.
Ao fim de seu discurso, o ministro mandou um recado a Bolsonaro e disse que em 2023, um candidato eleito democraticamente assumirá a cadeira presidencial. “Com a bênção de Deus — o Deus de verdade, do bem do amor, do respeito ao próximo — e com a proteção das instituições, um presidente eleito democraticamente pelo voto popular tomará posse em 1º de janeiro de 2023. Assim será”, concluiu.
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Segundo ele, as ofensivas de líderes autoritários contra a Justiça eleitoral configuram um modus operandi que tem como objetivo alegar fraude quando a derrota for confirmada nas urnas. Diante das mentiras propagadas por Bolsonaro sobre o processo eleitoral, o voto impresso e as instituições, o ministro do STF foi além e alfinetou o presidente ao recitar uma versão alternativa de um trecho bíblico, utilizado pelo mandatário desde que era candidato à Presidência.
“O slogan para o momento brasileiro, ao contrário do propalado, parece ser: ‘conhecerás a mentira e a mentira te aprisionará’”, disse Barroso, fazendo referência a João 8:32, que replica as palavras de Jesus: "Conhecereis a verdade e a verdade os libertará”.
O ministro lembrou que após a live de Bolsonaro em julho, a Justiça Eleitoral convocou-o para apresentar as provas de fraudes no sistema eleitoral, mas ele não o fez — o que demonstra, segundo Barroso, que o chefe do Executivo é um farsante. “É tudo retórica vazia, política de palanque. Hoje em dia, salvo os fanáticos que são cegos pelo radicalismo e os mercenários, que são cegos pela monetização da mentira, todas as pessoas de bem sabem que não houve fraude e quem é o farsante nessa história”.
“Quem decidiu que não haveria voto impresso não foi o TSE, foi o Congresso Nacional”, acrescentou.
Desvalorização global
O presidente do TSE afirmou, ainda, que o país sofre uma desvalorização global e que os brasileiros são “vítimas de chacota e de desprezo mundial”. Um desprestígio, nas palavras do ministro, pior do que a inflação, desemprego, desvalorização da moeda ou mesmo o desmatamento da Amazônia.
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Barroso disse que a democracia tem lugar para conservadores, liberais e progressistas, desde que haja o respeito à Constituição. Ela só não tem lugar, segundo ele, “para quem pretenda destruí-la”.
Ao fim de seu discurso, o ministro mandou um recado a Bolsonaro e disse que em 2023, um candidato eleito democraticamente assumirá a cadeira presidencial. “Com a bênção de Deus — o Deus de verdade, do bem do amor, do respeito ao próximo — e com a proteção das instituições, um presidente eleito democraticamente pelo voto popular tomará posse em 1º de janeiro de 2023. Assim será”, concluiu.