Assim como em 2018, em que o episódio de Juiz de Fora sobre uma suposta facada em Jair Bolsonaro teve papel decisivo na disputa presidencial, a história pode se repetir em 2022. Reportagem do jornalista Marcelo Rocha, da Folha de S. Paulo, informa que a Polícia Federal, aparelhada por Bolsonaro, tentará obter novo depoimento de Adélio Bispo de Oliveira. Ao que tudo indica, o objetivo deve ser o apontar o 'crime organizado associado ao PT' como 'mandante' do suposto atentado, para virar as eleições em favor de Bolsonaro.

 
"A Polícia Federal quer interrogar novamente Adélio Bispo de Oliveira na apuração que busca identificar eventuais mandantes ou financiadores do atentado contra Jair Bolsonaro (PL) em Juiz de Fora (MG), durante as eleições de 2018. Antes de levar adiante a diligência, porém, o delegado Martín Bottaro Purper, encarregado atualmente do inquérito, pediu à Justiça Federal em Mato Grosso do Sul acesso ao laudo de avaliação do estado de saúde mental de Adélio, produzido recentemente por dois peritos", informa a reportagem.

"Purper assumiu o inquérito no início deste ano. O delegado que estava com o caso antes dele concluiu por duas vezes que Adélio agiu sozinho e que não houve mandante no atentado contra Bolsonaro. O delegado Purper quer saber detalhes das condições atuais de saúde de Adélio antes de efetivar um novo interrogatório", escreve ainda o jornalista. "No início do ano, a corporação escolheu Purper, delegado que tem no currículos investigações contra o PCC (Primeiro Comando da Capital), para dar continuidade à apuração. O trabalho havia sido iniciado por Rodrigo Morais Fernandes. Em dezembro passado, ele foi designado pela direção da polícia para missão de dois anos numa força-tarefa em Nova York, nos Estados Unidos. A atuação de Fernandes foi alvo de críticas de Bolsonaro e aliados", finaliza o repórter.

No dia de ontem, os bolsonaristas movimentaram as redes sociais com um falso atentado contra o candidato Tarcísio de Freitas, em São Paulo, o que indica que as estratégias da extrema direita não mudaram muito nos últimos anos. No Roda Viva, Fernando Haddad demonstrou preocupação com o caso.