O ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, de 86 anos, falecido nesta quinta-feira (29), está sendo velado no Palácio da Liberdade, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. A cerimônia é aberta ao público e, segundo o Governo de Minas, deve seguir até as 9h30 desta sexta-feira (30). O enterro, reservado aos familiares, ocorrerá às 11h no cemitério Parque da Colina, na região Oeste.

O governador Romeu Zema compareceu ao velório, cumprimentou e se solidarizou com os familiares de Paolinelli, considerado o principal nome do agronegócio brasileiro.

O corpo do ex-ministro foi conduzido com honras fúnebres pelos militares do Batalhão de Polícia de Guardas da Polícia Militar de Minas Gerais.

Mineiro de Bambuí, Alysson Paolinelli foi diagnosticado com embolia pulmonar após passar por uma operação no fêmur. Ele estava internado há cerca de um mês no hospital Madre Teresa, na região Oeste da capital. O estado de saúde dele se agravou no início desta semana.

Trajetória

Paolinelli foi ex-secretário da Agricultura de Minas Gerais em três oportunidades (1971-1974, 1991-1994 e 1995-1998). Durante sua primeira gestão, idealizou e coordenou a implementação de uma nova matriz produtiva baseada em um modelo sustentável, unindo novas tecnologias a incentivos de políticas de crédito para estimular a modernização da agricultura mineira.

Com essa política, transformou Minas Gerais em um dos principais  produtores de café do país, ao alavancar o desenvolvimento de plantações no cerrado mineiro, por meio de novas técnicas de plantio desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), em parceria com as Universidades Federais de Lavras (UFLA) e Viçosa (UFV) .

Também atuou como ministro da Agricultura, entre 1974 e 1979, quando realizou a chamada "Revolução Verde" no Brasil, ao levar a experiência em Minas para outras regiões do país, transformando a até então improdutiva área do cerrado em um dos principais polos de produção de alimentos do país.

Essa política lhe rendeu o prêmio World Food Prize, em 2006, a maior condecoração da agricultura no mundo. Paolinelli também ficou conhecido por defender a prática da plantação intercalada, ora voltada à determinada cultura de plantio, ora usada para pastagens, fortalecendo a manutenção nutritiva dos solos a longo prazo. 

O professor ainda exerceu importante participação legislativa, ao ser eleito para o mandato de deputado federal constituinte, em Brasília, entre 1987 e 1991. Foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por dois anos consecutivos, em 2021 e 2022, como reconhecimento de uma carreira voltada para produções sustentáveis e modernas, tendo participação singular no desenvolvimento de políticas para alavancar o desenvolvimento da agricultura do país e melhorar a qualidade nutricional da vida de milhões de brasileiros.