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A força-tarefa sangra incontrolavelmente depois da última revelação do Intercept e de seus parceiros na imprensa brasileira: os interesses comerciais dos procuradores. Claríssimos nas mensagens em que Deltan combina com um colega a criação de uma empresa de palestras no nome de suas mulheres – um ‘negoção’ pelo qual ele teria recebido R$ 400 mil em um ano.
As reportagens deste fim de semana vão na jugular, naquele ponto em que é difícil estancar. Até então, qualquer deslize era desculpável na operação movida pelo desejo de justiça e de combate a “práticas espúrias”, como tuitou o procurador Deltan Dallagnol. Tudo era feito pelo bem do país e os fins justificam os meios, pensava a maior parte da população brasileira. Um apoio medido em pesquisas que revelavam índices colossais de aprovação ao juiz Moro e à equipe do Ministério Público do Paraná.
Mas o que está em jogo agora, além da parcialidade, é a integridade moral dos que estão à frente da força-tarefa. Quando os fins são comerciais e envolvem empresas de fachada e laranjas, a pergunta não cala: mas esses não eram os crimes das pessoas que eles acusavam?
Os cachês por palestras são pequenas distorções, um reforço indireto no salário, a bolsa-família dos procuradores, mas não deixam de ser parte daquilo a que a força-tarefa se dispôs a enfrentar: a corrupção. A reação contra a Lava Jato é também uma resposta magoada do povo a um poder que já ganha muito bem para promover a justiça. A “magistrocracia” mais bem paga do mundo, que consome a maior parcela do PIB no mundo, não se satisfaz com salário, apontou, também no twitter, o professor de Direito da USP, Conrado Hubner.
Enfim, a Lava Jato faz água por todos os lados. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), soltou uma dura nota, condenando a eventual ocorrência de abusos a direitos legais e humanos em nome do combate à corrupção; a primeira admoestação mais dura contra a força-tarefa dentro do Ministério Público Federal. Membros do Conselho Nacional do Ministério Público querem se debruçar sobre as palestras de Dallagnol e analisam uma representação em agosto. Pode ser também que recorram de uma representação arquivada há um mês. E para piorar, Carlos Armando Paschoal, ex-diretor-superintendente da Odebrecht, disse à Justiça de São Paulo que foi “quase que coagido” e teve que “construir um relato” sobre o caso do sítio de Atibaia (SP), envolvendo Lula, durante a sua delação premiada.
É muita coisa. E só de sexta-feira para cá. Parece que a mensagem revelada pelo Vaza Jato foi a gota d’água que rompeu uma barragem de contradições.
E o Moro, ó, saltou fora.
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Mutretas comerciais de procuradores colocam em dúvida a integridade moral da força-tarefa que vinha para moralizar
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A força-tarefa sangra incontrolavelmente depois da última revelação do Intercept e de seus parceiros na imprensa brasileira: os interesses comerciais dos procuradores. Claríssimos nas mensagens em que Deltan combina com um colega a criação de uma empresa de palestras no nome de suas mulheres – um ‘negoção’ pelo qual ele teria recebido R$ 400 mil em um ano.
As reportagens deste fim de semana vão na jugular, naquele ponto em que é difícil estancar. Até então, qualquer deslize era desculpável na operação movida pelo desejo de justiça e de combate a “práticas espúrias”, como tuitou o procurador Deltan Dallagnol. Tudo era feito pelo bem do país e os fins justificam os meios, pensava a maior parte da população brasileira. Um apoio medido em pesquisas que revelavam índices colossais de aprovação ao juiz Moro e à equipe do Ministério Público do Paraná.
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Enfim, a Lava Jato faz água por todos os lados. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), soltou uma dura nota, condenando a eventual ocorrência de abusos a direitos legais e humanos em nome do combate à corrupção; a primeira admoestação mais dura contra a força-tarefa dentro do Ministério Público Federal. Membros do Conselho Nacional do Ministério Público querem se debruçar sobre as palestras de Dallagnol e analisam uma representação em agosto. Pode ser também que recorram de uma representação arquivada há um mês. E para piorar, Carlos Armando Paschoal, ex-diretor-superintendente da Odebrecht, disse à Justiça de São Paulo que foi “quase que coagido” e teve que “construir um relato” sobre o caso do sítio de Atibaia (SP), envolvendo Lula, durante a sua delação premiada.
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