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Impulsionada pela crise de saúde pública em Manaus, a campanha pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro tem ganhado força nos últimos dias e está dividindo integrantes do Partido Novo pelo país.
No início da semana, 15 dirigentes da legenda, em diversas cidades e Estados, assinaram um parecer contra o impeachment. A iniciativa vai na contramão do que defendem abertamente alguns integrantes do partido, como o seu fundador, João Amoêdo. Nos últimos dias, membros da direção do Novo postaram duras críticas a Bolsonaro.
Em Minas, dirigentes dos diretórios de Contagem e Juiz de Fora foram os únicos a assinar a carta que defende que “inexiste amparo fático-jurídico para que o Novo proponha a abertura de um processo de impeachment”.
No Estado, o Novo tem diretórios em cinco cidades: além de Contagem e Juiz de Fora, Poços de Caldas, Araxá e BH.
O documento contra o impeachment recebeu assinaturas de membros de outras cidades: Cuiabá (MT), Balneário Camboriú (SC), São José do Rio Preto (SP), Vila Velha (ES), Manaus (AM) e Joinville (SC).
Segundo o presidente da sigla em Juiz de Fora, Fred Miana, o movimento tem como iniciativa se posicionar contra a apresentação do impeachment porque, na avaliação dos signatários, ainda não há motivos que levem ao impedimento de Bolsonaro.
“A gente simplesmente construiu um documento dizendo para não antecipar nada enquanto não houver fato concreto (para o impeachment). Porque essa antecipação só gera insegurança política em um país que já está com todo esse problema de pandemia e economia. Então, o que a gente menos precisa é esse tipo de ruído sem que tenha nada concreto. Se tiver algo realmente apurado e identificado, e não somente opinião de A ou B, ou preferências de A ou B, aí sim. Só que, até o momento, não existe isso”, afirmou Fred Miana.
Liberdade de expressão
Tânia Magalhães, secretária administrativa do Novo em Contagem – que atualmente ocupa temporariamente o cargo de presidência do diretório –, também assinou a carta.
No entanto, ela afirma que o documento tomou outra proporção ao ser vazado para a imprensa. Segundo ela, a iniciativa tinha como intuito manifestar a opinião de parte dos filiados à direção nacional e à bancada federal. “Era uma coisa de base, para tentar uma conversa. Foi parar na mídia e tomou outra dimensão”, disse.
Ela avalia que não houve um racha interno no partido e diz que diferentes opiniões fazem parte da liberdade de expressão.
“Não acho que há uma divisão, é que as pessoas se posicionam, mesmo porque partimos do conceito de liberdade, inclusive liberdade de expressão. Cada um fala o que pensa. Seguimos princípios do Novo, mas não significa que a gente vá concordar com tudo”, afirmou.
Mineiros do Novo
A bancada mineira do Novo também tem diferentes entendimentos sobre o impeachment do presidente Bolsonaro. O deputado Lucas Gonzalez avalia que não há crime de responsabilidade, e sim má gestão por parte do Palácio do Planalto.
“Um processo de impeachment sangra muito a nação e só deve existir se existirem provas cabais de algum tipo de crime. Qualquer ato político, má gestão ou a soma de má gestão, má atuação e má liderança não é crime. Então, havendo crime, aí sim, talvez valha ser avaliado. Mas, não havendo crime, não há que se falar em impeachment. E, até onde sei e pesquisei, não vejo nenhum tipo de crime configurado. Há, sim, má gestão e má liderança, mas crime, não”, avalia.
Já o deputado Tiago Mitraud é um pouco mais crítico à atuação do Bolsonaro, especialmente em relação à pandemia de coronavírus. Mesmo assim, ele é reticente em relação ao impeachment e afirma que não é possível se posicionar a favor ou contra sem que os pedidos que estão hoje colocados na Câmara Federal – mais de 60 – sejam analisados.
“Tem gente fazendo esses placares de impeachment e perguntando: você vai votar a favor ou contra? Acho que não há a menor condição de se votar a favor ou contra sendo que, primeiro, não tem um processo aberto, e depois o papel do Congresso em um processo de impeachment é fazer um julgamento e ouvir testemunhas de acusação e defesa. Então, não tem como dizer se vou votar a favor ou contra sem ter conhecimento do processo e quais argumentos vão ser apresentados”, afirmou Mitraud.
Ainda segundo o deputado, o que a bancada federal e o diretório nacional estão estudando é se existe “materialidade e substância para que se defenda a abertura de um processo”. O parlamentar avalia que, neste momento, o Novo está concentrado na campanha de Marcel van Hatten para o comando da Câmara.
Romeu Zema
Já o governador Romeu Zema (Novo) não quis se posicionar sobre o tema, mas ele tem se alinhado ao presidente. Em diversas ocasiões, Zema não manifestou opinião em relação a alguma postura de Bolsonaro e não participou de movimentos e cartas de governadores contra o presidente durante a pandemia.
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Em Minas, dirigentes dos diretórios de Contagem e Juiz de Fora foram os únicos a assinar a carta que defende que “inexiste amparo fático-jurídico para que o Novo proponha a abertura de um processo de impeachment”.
No Estado, o Novo tem diretórios em cinco cidades: além de Contagem e Juiz de Fora, Poços de Caldas, Araxá e BH.
O documento contra o impeachment recebeu assinaturas de membros de outras cidades: Cuiabá (MT), Balneário Camboriú (SC), São José do Rio Preto (SP), Vila Velha (ES), Manaus (AM) e Joinville (SC).
Segundo o presidente da sigla em Juiz de Fora, Fred Miana, o movimento tem como iniciativa se posicionar contra a apresentação do impeachment porque, na avaliação dos signatários, ainda não há motivos que levem ao impedimento de Bolsonaro.
“A gente simplesmente construiu um documento dizendo para não antecipar nada enquanto não houver fato concreto (para o impeachment). Porque essa antecipação só gera insegurança política em um país que já está com todo esse problema de pandemia e economia. Então, o que a gente menos precisa é esse tipo de ruído sem que tenha nada concreto. Se tiver algo realmente apurado e identificado, e não somente opinião de A ou B, ou preferências de A ou B, aí sim. Só que, até o momento, não existe isso”, afirmou Fred Miana.
Liberdade de expressão
Tânia Magalhães, secretária administrativa do Novo em Contagem – que atualmente ocupa temporariamente o cargo de presidência do diretório –, também assinou a carta.
No entanto, ela afirma que o documento tomou outra proporção ao ser vazado para a imprensa. Segundo ela, a iniciativa tinha como intuito manifestar a opinião de parte dos filiados à direção nacional e à bancada federal. “Era uma coisa de base, para tentar uma conversa. Foi parar na mídia e tomou outra dimensão”, disse.
Ela avalia que não houve um racha interno no partido e diz que diferentes opiniões fazem parte da liberdade de expressão.
“Não acho que há uma divisão, é que as pessoas se posicionam, mesmo porque partimos do conceito de liberdade, inclusive liberdade de expressão. Cada um fala o que pensa. Seguimos princípios do Novo, mas não significa que a gente vá concordar com tudo”, afirmou.
Mineiros do Novo
A bancada mineira do Novo também tem diferentes entendimentos sobre o impeachment do presidente Bolsonaro. O deputado Lucas Gonzalez avalia que não há crime de responsabilidade, e sim má gestão por parte do Palácio do Planalto.
“Um processo de impeachment sangra muito a nação e só deve existir se existirem provas cabais de algum tipo de crime. Qualquer ato político, má gestão ou a soma de má gestão, má atuação e má liderança não é crime. Então, havendo crime, aí sim, talvez valha ser avaliado. Mas, não havendo crime, não há que se falar em impeachment. E, até onde sei e pesquisei, não vejo nenhum tipo de crime configurado. Há, sim, má gestão e má liderança, mas crime, não”, avalia.
Já o deputado Tiago Mitraud é um pouco mais crítico à atuação do Bolsonaro, especialmente em relação à pandemia de coronavírus. Mesmo assim, ele é reticente em relação ao impeachment e afirma que não é possível se posicionar a favor ou contra sem que os pedidos que estão hoje colocados na Câmara Federal – mais de 60 – sejam analisados.
“Tem gente fazendo esses placares de impeachment e perguntando: você vai votar a favor ou contra? Acho que não há a menor condição de se votar a favor ou contra sendo que, primeiro, não tem um processo aberto, e depois o papel do Congresso em um processo de impeachment é fazer um julgamento e ouvir testemunhas de acusação e defesa. Então, não tem como dizer se vou votar a favor ou contra sem ter conhecimento do processo e quais argumentos vão ser apresentados”, afirmou Mitraud.
Ainda segundo o deputado, o que a bancada federal e o diretório nacional estão estudando é se existe “materialidade e substância para que se defenda a abertura de um processo”. O parlamentar avalia que, neste momento, o Novo está concentrado na campanha de Marcel van Hatten para o comando da Câmara.
Romeu Zema
Já o governador Romeu Zema (Novo) não quis se posicionar sobre o tema, mas ele tem se alinhado ao presidente. Em diversas ocasiões, Zema não manifestou opinião em relação a alguma postura de Bolsonaro e não participou de movimentos e cartas de governadores contra o presidente durante a pandemia.