OPINIÃO SEM MEDO

No Brasil, 330 mil mortos por COVID-19; 4 mil novas vítimas fatais a cada 24 horas; falta de hospitais, oxigênio e kits de intubação; 15 milhões de desempregados; alimento, moradia e combustíveis pela “hora da morte” também.


Mas, em Brasília, ao menos uma família não tem do que se queixar. Empregos, salários e mordomias, ok. Palácios e mansões de 6 milhões de reais, ok. Hospitais de ponta e vacinas contra o coronavírus, ok. Vida? Mais do que ok.


Nesta semana que passou, ficamos sabendo que essa mesma família torrou 2,5 milhões de reais com as férias de fim de ano. Obviamente, esse dinheiro todo não saiu do bolso do clã em questão. Saiu, é claro, dos nossos bolsos.


O trabalhador com renda reduzida, o desempregado sem renda, o informal sem clientela e todos os brasileiros “normais” sofrem as duras consequências da pandemia. Muitas vezes, com a própria morte ou a de entes queridos.


Já na Bolsolândia, no circuito Palácio do Planalto - Palácio da Alvorada, via mansão das rachadinhas, tudo vai muito bem, obrigado. A esposa do senador Flávio, jovem dentista, foi vacinada e está livre das garras do corona. 


Seu sogro, aquele que fez o possível e o impossível para que não tivéssemos vacinas, e que receita cloroquina até para as emas do seu palacete, também irá receber a fincada redentora, só que neste sábado, dia 3 de abril.


Nada mal para um fim de semana corriqueiro do homem simples do povo, que veio para nos salvar dos corruptos de Brasília e acabar com a mamata (porra!). Na próxima encarnação, se isso existir, Jair virá como jacaré.