O embaixador Celso Amorim, assessor especial da presidência da República para assuntos internacionais, disse que a relação entre Brasil e Estados Unidos hoje é muito boa. "É do interesse norte-americano ter uma relação forte com o Brasil. Há uma crescente percepção nos Estados Unidos de que a relação com o Brasil pressupõe o respeito à soberania", disse ele, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch.

Amorim também destacou que o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com críticas ao embargo a Cuba e à prisão de Julian Assange, não despertou nenhuma reação negativa. "Não ouvi nenhuma reclamação sobre o tema de Julian Assange, nem sobre Cuba", disse ele.

Amorim também pontuou que Joe Biden é o presidente estadunidense mais ligado à classe trabalhadora e que, por isso, houve boa sintonia com Lula, quando os dois lançaram uma iniciativa global pelo trabalho decente. O embaixador também afirmou que a ampliação do BRICS é importante para o Brasil. "Isso aumenta nosso poder de barganha nas grandes questões mundiais. Também aumenta a possibilidade de uma moeda dos BRICS", afirmou. "O Brasil não vai desistir de tentar ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU", acrescentou.

Na entrevista, Amorim afirmou que o Brasil, soberano, não pode se colocar nos braços da China, da Rússia ou dos Estados Unidos.