EM DIA COM A POLÍTICA


“Apenas seis meses depois da assinatura do Contrato de Encomenda Tecnológica, já iniciamos a produção de uma vacina contra a COVID-19, baseada em uma das tecnologias mais avançadas no momento, e obtivemos o seu registro para ampla distribuição no país.” É o fato do dia, aquele tão esperado por todos. Quem traz a boa notícia é a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima.


Mas tem mais. “A urgência que a gravidade dessa pandemia nos impõe fez com que todos os envolvidos trabalhassem incansavelmente e pudessem realizar em meses um processo que, normalmente, dura anos. Trata-se de um dia histórico para a Fiocruz e para o Sistema Único de Saúde”, destacou Nísia. Ela é doutora em sociologia e está na Fiocruz há quase três décadas.


O fato é que, ontem, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro definitivo da vacina COVID-19 da Fiocruz. Com isso, ela passa a ser a detentora do primeiro registro de uma vacina contra o coronavírus produzida no país e incorpora ao seu portfólio de produção a 11ª vacina a ser fornecida para o Programa Nacional de Imunizações (PNI).

 
Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) voltou a demonstrar preocupação com o quadro da pandemia no Brasil. “A situação no Brasil certamente tem piorado, com incidência muito alta de casos e aumento das mortes pelo país, bem como uma elevação muito rápida na ocupação de UTIs”, deixou claro Michael Ryan, o diretor-executivo da OMS.


O gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, afirmou ontem que, apesar de o órgão regulador não ter recebido respostas às exigências sobre a vacina Sputnik V, a agência segue aberta para discussão com a empresa responsável, a União Química, para a avaliação de uso do imunizante. “A expectativa é que os próximos passos sejam tomados pela empresa”, ressalvou o executivo da saúde.
 
Mudando de assunto, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) usou as suas redes sociais para postar um desenho do personagem símbolo da campanha de vacinação no Brasil, o Zé Gotinha. Só que, na imagem postada, o personagem aparece carregando um fuzil. Uai, não tem mais Conselho de Ética e Decoro Parlamentar na Câmara dos Deputados?


Fica a pergunta e um aviso. Tirem as crianças da sala, se passar a matéria na TV e elas estiverem assistindo. Já meio do caso, só resta uma saída. Basta por hoje.


Temas globais


O deputado Aécio Neves (PSDB-MG) foi eleito ontem para comandar a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, com mandato de um ano. Aécio teve 25 votos. Houve seis votos em branco. Ele substitui o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). “O Brasil precisa amplificar a sua atuação em grandes temas globais, em especial em assuntos como direitos humanos, meio ambiente, imigração, combate ao tráfico de drogas. Mais integração, mais desenvolvimento. Esse, a meu ver, é o norte a ser buscado.”


Deplorável


Publicação no Twitter do secretário Especial de Cultura, Mário Frias, provoca repúdio do Museu do Holocausto. Não é a primeira vez que membros do governo Bolsonaro banalizam a memória das vítimas do nazismo. Em uma publicação no Twitter, o ex-ator e agora encenando ser político Mário Frias reproduziu um trecho do filme “A lista de Schindler”, que mostra trabalhadores judeus sendo assassinados por tropas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Lamentável. 


"Relembro que a pandemia desencadeada pelo novo coronavírus, a qual, em aproximadamente um ano, infectou e vitimou fatalmente centenas de milhares de pessoas no país e no mundo, revelou, entre outras coisas, as fraquezas e virtudes de nossa forma de governança, em especial do sistema público responsável por assegurar os direitos fundamentais à vida e à saúde"
Quem diz é o ministro do STF Ricardo Lewandowski. Teve mais: “Nesse contexto, amplificado pela magnitude da pandemia da COVID–19, é que se exige, mais do que nunca, a atuação fortemente proativa dos agentes públicos de todos os níveis governamentais”. Ou seja, direito à vida.


Precavido
 
“A Constituição e as leis asseguram a independência de todos os magistrados. E, no Estado democrático de direito, o questionamento às decisões deve se dar nas vias recusais próprias”. É nota oficial do Supremo Tribunal Federal (STF) avisando que o reforço da segurança do ministro Edson Fachin foi determinado pelo presidente da mais alta corte de Justiça do país, Luiz Fux, “por precaução diante de possíveis questionamentos à recente decisão”. Assim fica difícil. Mesmo calado, o fato envolve é a soltura do ex-presidente Lula.


CPI a caminho


A decisão do presidente da Assembleia Legislativa (ALMG), Agostinho Patrus (PV), pela instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi dada logo depois de uma reunião de seis horas com a presença de parlamentares e do secretário de Estado de Saúde (SES), Carlos Eduardo Amaral. Ele teria confirmado a vacinação dos 500 servidores, por decisão própria. “Vamos investigar a fundo esses que se entendem como privilegiados em passar à frente na vacinação. Neste momento de pandemia, é um dos crimes mais graves”, deixou claro Agostinho Patrus. Quem requereu foi o deputado Ulysses Gomes (PT).


Pinga-fogo


O presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, João Vítor Xavier (Cidadania), fez questão de registrar que o secretário visita frequentemente locais de atendimento aos doentes, o que justificaria a vacinação. Fica aí o registro.


Agora é fato: Ana Cristina Valle, ex–mulher do presidente Jair Bolsonaro, foi nomeada como assessora parlamentar da deputada Celina Leão (PP–DF). A informação veio do site da Câmara dos Deputados. Ou seja, é oficial. O salário, no entanto, não foi informado.


Em tempo, sobre a nota Deplorável: “A obra, de 1993, dirigida por Steven Spielberg, conta a história do empresário Oskar Schindler na época da ascensão do nazifascismo alemão e engendrou uma estratégia para salvar milhares de judeus do extermínio”. Isso mesmo, baseada em fatos reais.


Mais um: o ex-governador de Minas Gerais (2003–2010) e ex-senador (2011–2019) Aécio Neves é um dos políticos mais experientes da Câmara dos Deputados, onde já ocupou a presidência (2001–2002). Em 2014, foi candidato à presidência da República.


Atualmente, Aécio está em seu quinto mandato de deputado federal. Filiado desde 1989 ao PSDB, Aécio é natural de Belo Horizonte (MG) e formado em economia. Sendo assim, melhor economizar e encerrar por hoje.