Durou quatro anos, seis meses e 18 dias para que o governador Romeu Zema (Novo) abrisse o Palácio e recebesse o prefeito da capital, Fuad Noman (PSB) em reunião de trabalho. Quando se tem boa vontade (política) muita coisa pode acontecer. Numa demonstração de que algo mudou nele, Zema tomou a iniciativa de ir à Prefeitura, no dia 13 de março, para o armistício e deixar o passado para trás. Esse passado atende pelo nome de Alexandre Kalil (PSB), antecessor do atual prefeito.

Durante seu primeiro mandato. 2019/2022, Zema nunca conversou oficialmente com Kalil, nem esse com aquele. Ou seja, não trabalharam juntos pela capital dos mineiros. Não se pode dizer que os dois têm personalidade igual, porque um ou outro poderia se sentir ofendido. Kalil chegou antes de Zema pelo slogan da antipolítica, de quem não gosta do político, ainda assim, não se suportam.

No primeiro encontro oficial e de trabalho entre Zema e Fuad Noman, ganharam os belo-horizontinos que tiveram renovada a promessa de despoluição da Lagoa da Pampulha. Empreitada prometida e esperançada há mais de 20 anos. Selaram acordo para reduzir o prazo, de cinco anos para três, na conclusão do projeto. Como temos poucos motivos para acreditar, imediatamente surgiram os ruídos adversários.

Vitória e desconforto

Coube ao prefeito comemorar como vitória o resultado do encontro, citando ainda a estatal ameaçada de privatização, Copasa, pelo encargo do grande feito. Imediatamente, o presidente da empresa, Guilherme de Faria, gravou vídeo para falar de um assunto que havia sido tratado oficialmente pelo chefe dele. Orientado ou não, ele meteu-se na política, produzindo ruídos na difícil comunicação e relação política do governo Zema. Durou pouco, em outras 24 horas, divulgou nota, não um vídeo dessa vez, para dizer que aquilo que foi dito foi seria mal-entendido do emissor e do receptor.

É claro que cada um terá papel distinto nessa parceria que inclui ainda a prefeita de Contagem (Grande BH), Marília Campos (PT), uma líder e gestora já testada. Muito provavelmente, a atuação dela será mais importante pelo impacto maior que vem de lá para a lagoa do cartão postal de BH.

Mais astuto do que o presidente da Copasa, o presidente da Câmara de BH, Guilherme Azevedo, usou a política para turbinar a confusão criada pelo executivo. Ao final do dia, ganhou cartão amarelo de juiz de 1ª instância, em liminar que suspendeu a continuidade da investigações das aventadas irregularidades em contratos da prefeitura. Gabriel disse que irá recorrer da decisão e, antes mesmo de reconhecimento judicial, deu continuidade ao que estava impedido.

Tudo somado, pode ser que a política, especialmente a eleitoral, não trave a obra, deixando indefinidos novamente os prazos acordados.

Fonte: alemdofato.uai.com.br