O cenário é os Estados Unidos da década de 1970. Mas poderia ser o Brasil de agora. Baseado em fatos verídicos, a minissérie “Mrs. America”, com estreia neste sábado, no canal Fox Premium, registra a ascensão do fundamentalismo religioso no espaço político do país, como representante dos anseios do povo após enxergar uma degradação dos costumes.

Agarrando-se a questões como patriotismo, família e honra, a onda conservadora passou a não separar mais política e religião, agindo fortemente nas esferas governamentais. Ficaram conhecidos como a “Maioria Moral”, cujo despertar é mostrado a partir da personagem de Cate Blanchett, líder conservadora contrária ao movimento feminista.

O Hoje em Dia teve acesso aos dois primeiros episódios que irão ao ar no sábado, às22h15, quando Phyllis Schalifly começa a se infiltrar nos bastidores do Congresso para evitar que seja aprovada a Emenda dos Direitos Iguais. Carismática e eloquente, ela se uma torna uma espécie de representante das donas de casa que não querem ver mulheres alistadas no Exército ou dividir banheiros com homens.

A Emenda não estipulava nada disso, mas Phyllis usou este argumento para manipular congressistas e opinião pública. O primeiro episódio é dedicado à apresentação da conservadora, o que se justifica pelo formato da série. Cada capítulo focará uma personagem diferente. No segundo, será a vez de Gloria Steinem, jornalista feminista vivida por Rose Byrne.

Outros nomes feministas importantes aparecem em “Mrs. America”, como Betty Friedan e Shirley Chisholm. Com uma trilha sonora de clássicos setentistas, a série mostrará o campo de batalha travado por estas mulheres, com suas estratégias e maneiras de perceber o mundo. Não é preciso ver a série para saber o resultado: a moralidade se tornou uma bandeira política desde então, seguida por outros países.