(FOLHAPRESS) - Após uma saída discreta da Record em dezembro de 2024, Rachel Sheherazade está de volta à grade da emissora. A jornalista vai apresentar, a partir de 17 de julho, a segunda temporada da série "Acumuladores".

No Instagram, Scheherazade comemorou a novidade com uma foto em que aparece a logomarca da Record ao fundo. "Muitas coisas boas ainda estão por vir. Acredite!", escreveu.

A mudança ocorre após Mariana Godoy, que apresentou a primeira temporada exibida no canal , assumir o Jornal da Record. Antes de deixar a emissora do bispo Edir Macedo, Sheherazade teve destaque ao comandar a segunda edição do programa A Grande Conquista e também o Domingo Record.

A jornalista ficou conhecida por ter apresentado o telejornal SBT Brasil por quase 10 anos. Depois, ganhou ainda mais projeção com sua participação em A Fazenda 15, que foi ao ar em 2023. Ela foi expulsa do programa por agredir uma das colegas de confinamento durante uma discussão e sua passagem pelo reality foi muito comentada nas redes sociais.

Agora, ela dá continuidade a sua carreira no entretenimento com "Acumuladores", que mostra a história de pessoas que acumulam diferentes tipos de objetos compulsivamente. Estima-se que exista 200 mil pessoas no mundo que convivem com esse transtorno. A série será exibida na Record às quintas-feiras, a partir das 23h.

 

No show de sua nova turnê "Enterrado Vivo", Leo Lins faz piadas com pedofilia, escravidão, pessoas com deficiência auditiva, LGBTQIA+ e outras minorias. Artistas que já o processaram no passado, como a cantora Preta Gil e a dançarina Thais Carla, voltam a ser seus alvos, bem como membros da imprensa.

O comediante, porém, tem tomado precauções inéditas -os celulares do público precisam ficar lacrados em sacos pretos durante a apresentação. Logo no começo, o telão exibe um aviso de que é proibida a gravação, transcrição e veiculação de quaisquer trechos do stand-up, com base na lei de direitos autorais. Segundo o artista, é um pedido de seu advogado, numa tentativa de não piorar sua situação jurídica.

Condenado, no mês passado, em primeira instância a oito anos e três meses de prisão por piadas consideradas preconceituosas, feitas em um show de 2022 que circulou no YouTube, o comediante tem direito a recurso e aguarda em liberdade.

A Folha de S.Paulo esteve em uma de suas apresentações na noite deste domingo (6), no Teatro Sir Isaac Newton, espaço do colégio de mesmo nome na zona norte de São Paulo, com capacidade para 550 pessoas. O espaço já é conhecido por sua programação de shows e apresentações de humor, que não são organizadas pelo colégio, apesar de usarem o espaço.

O show era o segundo do dia, e ambos lotaram. Comentários sobre a condenação do artista pipocavam entre o público, pouco antes de a apresentação começar.

Por pouco mais de uma hora, o comediante comentou o que vê como tentativas de sepultar sua reputação e sua liberdade por meio de decisões judiciais e da cobertura midiática. Defende ainda que o que é dito ali não pode ser tomado como um ataque preconceituoso, já que as falas não seriam suas, mas do personagem que interpreta no contexto artístico.

"Para quem veio esperando aquele humor mais ácido, desta vez eu peço desculpas. Esse show, realmente, precisei alterar. É um show mais light. Vou começar com um tema leve: escravidão", disse na abertura.

Entre as risadas do público, Lins lembra quando foi confrontado ao dizer que o fim do racismo deixou problemas para todo mundo. Disse que os brancos também teriam sofrido, afinal, perderam vários trabalhadores que não ganhavam nada.

Já pessoas com deficiência auditiva são frequentemente comparadas a focas, enquanto o humorista faz sons caricaturais. Os gestos da Libras, a Linguagem Brasileira de Sinais, se assemelham, ele diz, a uma reunião de maestros.

A sigla LGBTQIA+ é mencionada numa de suas versões mais longas. O "mais", indicador de grupos não identificados pelas outras letras da sigla, é associado pelo comediante a soropositivos, pessoas que vivem com o HIV.

Na nova apresentação, Lins volta a zombar de Thais Carla por seu peso. Entre outros insultos, diz que seus movimentos no palco são a rotação e a translação, em referência aos giros dos planetas em torno do próprio eixo e do Sol.

Em 2021, a Justiça o condenou a pagar R$ 5.000 de indenização por danos morais à influenciadora, ao considerar que ele promoveu discurso de ódio e feriu seu direito de imagem ao comentar um vídeo do canal do YouTube dela.

Outro alvo é Preta Gil, comparada a uma leitoa. "Ela veio me processar devido a uma piada de anos atrás. Três meses depois que chegou o processo, ela apareceu com câncer. Bom, parece que Deus tem um favorito. Acho que ele gostou da piada. E pelo menos ela vai emagrecer", disse.

O comediante diz com frequência que suas piadas são tiradas de contexto em reportagens de jornal -na apresentação, chamou de "puta" uma jornalista de O Globo, sem citar seu nome, que teria gravado e publicado trechos do show. Chegou ainda a aludir à possível presença de um repórter da Folha de S.Paulo na apresentação.

Também busca nas gargalhadas do público uma espécie de solidariedade em relação à suposta perseguição que sofre. Afirma, por exemplo, que Paulo Gustavo brincava com minorias sem ser "cancelado" -a não ser pela Covid-19, diz, zombando da morte do artista em março de 2021, após passar dias internado com a doença.

Ele dá um exemplo ao público da diferença entre seu comportamento no palco e na vida. Se entrasse numa igreja e visse um padre transando com o coroinha, não riria, já que pedofilia não tem graça. Agora, piada com pedofilia pode ter -e solta piadas com "botar um terço" e "fazer o sinal da cruz", trocadilhos com movimentos de penetração.

Piadas com minorias embalam todo o contexto da apresentação, desde o vídeo de introdução, com recomendações de segurança, recheado de trocadilhos com travestis, feministas e pessoas gordas. Houve ainda, antes da atração principal, um curto stand-up do comediante convidado Edegar Agostinho -uma versão mais moderada do colega que o apadrinhou.

Ao fim, o humorista se dispôs a tirar fotos com seus fãs. Quem comprasse algum de seus livros de piadas furava a fila, que cortava o salão da entrada do teatro e se estendia até o estacionamento.