Docudrama em 9 episódios reconstitui a trágica morte do famoso estilista
Quando Ryan Murphy, criador de “Nip/Tuck”, “Glee” e “American Horror Story”, anunciou que produziria um docudrama sobre o caso do jogador O.J. Simpson, os fãs e os críticos criaram uma expectativa em torno do projeto. Afinal, um diretor que já havia feito tantas coisas diferentes na TV, certamente inovaria mais uma vez.
E assim foi. Quando “American Crime Story” foi lançada, em 2016, com “The People vs O. J. Simpson”, a série foi sucesso de audiência e de crítica, vencendo importantes prêmios, como o Emmy e o Globo de Ouro.
Agora, Murphy traz, como prometeu, a segunda temporada “American Crime Story”. “The Assassination of Gianni Versace”, docudrama em nove episódios, chegou há pouco à Netflix. E é Murphy quem dirige o primeiro episódio da série que, em suas primeiras cenas, já mostra ao público que não ganhou tantos prêmios à toa.
“The Assassination of Gianni Versace” – baseado no livro “Vulgar Favors”, de Maureen Orth, que teve sua veracidade contestada por Donatella Versace –, tem cenas poderosas e atuações que surpreendem. Além de Darren Criss, que mete medo na pele do psicopata Andrew Cunanan, o ator Édgar Ramírez faz muito bem o papel do estilista assassinado. Penélope Cruz consegue, na maior parte das cenas, fugir da caricatura de Donatella e até mesmo o cantor Ricky Martin se sai bem como Antonio D’Amico, o namorido de Versace.
Assim como em “The People vs O.J. Simpson”, a série começa com a execução do assassinato e a chegada da polícia à cena do crime. Nos dois primeiros episódios, a série busca mostrar alguns dos hábitos de Versace e Antonio D’Amico, enquanto dá um panorama também do assassino. Depois, a série deixa Versace um pouco fora dos holofotes e foca melhor Andrew Cunanan, esse psicopata que, antes de matar Versace, já havia cometido outros assassinatos, em diferentes locais dos Estados Unidos.
Suas vítimas eram preferencialmente homens mais velhos e ricos que escondiam ou não falavam sobre sua homossexualidade. A série mostra os rituais que o assassino seguia ao lidar com suas vítimas e a tendência à violência, seja no sexo, seja na vida. A atração também faz questão de apresentar a facilidade com que Cunanan inventava histórias e conquistava as pessoas que lhe interessavam com suas maneiras gentis e conversa inteligente. Aos poucos, “The Assassination” vai dando aos espectadores pistas sobre a mente doentia de Cunanan, que o encaixa nos perfis dos assassinos seriais.
Com ação e suspense, a série traz a caçada a Cunanan, procurado pela polícia e pelo FBI, mas não deixa de lado a vítima, fazendo um retrato interessante deste homem que faz parte da história da moda e seguia explorando todo seu potencial criativo quando teve sua vida interrompida.
Premiada, “The Assassination of Gianni Versace” faturou o Emmy e o Globo de Ouro de melhor minissérie. Já o ex-“Glee” Darren Criss, na pele de Cunanan, serial killer que matou o estilista Gianni Versace, levou para casa o Emmy, o Globo de Ouro e, recentemente, o troféu do Sindicato dos Atores.