Autora da novela 'Espelho da Vida', que estreia nesta terça (25) à noite na Globo, mineira fala sobre o novo trabalho e a carreira
A belo-horizontina Elizabeth Jhin, 69, consolidou-se entre os principais autores de novelas da Globo exibidas na faixa das 18h. Desde 2007, ela assinou quatro folhetins de sucesso – “Eterna Magia” (2007), “Escrito nas Estrelas” (2010), “Amor Eterno Amor” (2012) e “Além do Tempo” (2015). A partir desta terça (25), uma nova história de Elizabeth poderá ser acompanhada na TV com a estreia de “Espelho da Vida”, trama que está sendo gravada em quatro cidades históricas de Minas Gerais – Carrancas, Mariana, Ouro Preto e Tiradentes.
A exemplo de seus últimos folhetins, a autora volta a falar de espiritismo em “Espelho da Vida”. “Fui criada dentro da religião católica, mas não sou praticante desde minha juventude. De alguns anos para cá, tenho lido muito sobre cabala e sobre a doutrina espírita, que preenchem muito de minhas buscas pelo sentido de estar neste mundo”, revela. “Pratico uma espiritualidade sem rótulo, que me traz um conforto e alegria muito grandes”, pontua a autora.
Elizabeth define o novo trabalho como “uma história de amores e dores que atravessa o tempo, com muito mistério, mas também com humor e leveza”. A novela, que se passa simultaneamente em 2018 e em 1930, gira em torno da atriz Cris Valência (Vitória Strada), namorada do diretor Alain Dutra (João Vicente de Castro).
A jovem será a protagonista do primeiro filme do namorado, baseado na história real de uma antiga moradora da fictícia cidade mineira de Rosa Branca, Julia Castelo, vítima de um crime passional. Em sua pesquisa para o longa, Cris viaja ao passado (com a ajuda de um espelho) e descobre que é a reencarnação da própria Julia. Essa “viagem no tempo” fará com que a atriz desvende os mistérios desse crime.
“Sempre li muito sobre o tema de vidas passadas, viagem no tempo e, para essa novela, assisti também a muitos filmes que abordam o assunto. Acho que a maioria das pessoas gostaria de brincar com a ideia de voltar ao passado para poder mudar alguma coisa”, explica Elizabeth.
Descobertas. Em “Espelho da Vida”, Cris Valência, ao recordar a vida passada, viverá momentos de espanto, medo, curiosidade, fascínio e esperança. “A cada viagem de Cris ao passado ela faz uma nova descoberta que liga sua vida anterior, como Julia, a sua vida como Cris. Ela vai descobrindo que pessoas que fazem parte de seu cotidiano já estavam em sua história havia muito tempo, o que pode impactar sua maneira de ver as coisas e as pessoas que a cercam na atualidade”, adianta Elizabeth. Assim, a personagem de Vitória Strada vai tentar desvendar o mistério sobre quem realmente matou Julia Castelo, o que vai mexer com a história da novela.
Ao mergulhar em sua vida passada, Cris também vai reencontrar Danilo Breton (Rafael Cardoso), o homem apontado como autor do disparo que matou Julia. Assim, a personagem terá que aprender a lidar com o amor no presente – o diretor Alain Dutra – e, ao mesmo tempo, no passado, com Danilo. “Acredito que o público, assim como Cris, ficará dividido na torcida para que ela opte por um dos dois amores. Tanto Danilo quanto Alain são homens cativantes e interessantes. Mas, claro, há o fato de serem de diferentes dimensões, o que complica ainda mais a situação”, diz a autora, que afirma que nem todos os personagens estarão nas duas épocas em que a trama de “Espelho da Vida” é contada.
Autora escolheu Minas como cenário
Mineira de Belo Horizonte, a novelista Elizabeth Jhin fala com orgulho de suas origens, mesmo morando há muitos anos no Rio de Janeiro. “Não perco o contato com minha terra. Nunca perdi o sotaque, inclusive. Tenho bons amigos, gente que cresceu comigo, e é sempre uma delícia o nosso reencontro”, explica.
E esse sentimento motivou a autora a escolher Minas Gerais como cenário do folhetim “Espelho da Vida”. “Amo o povo de Minas, as comidas, o jeito de falar e acho que as cidades históricas, com seu belíssimo patrimônio cultural, deviam ser conhecidas e visitadas por todos os brasileiros”, afirma Elizabeth.
A autora revela que, na sinopse da novela, fez sinalizações de como era a cidade fictícia de Rosa Branca, em Minas, e que coube ao diretor artístico Pedro Vasconcelos escolher os locais de gravação. “Pedro teve a ideia genial de focar Carrancas, Ouro Preto, Tiradentes e, especialmente, Mariana”, garante.
“Espelho da Vida” terá praticamente todas as cenas externas gravadas em Minas – a emissora optou por não construir cidade cenográfica nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro. Após a estreia, a previsão é de que equipe volte todo mês ao Estado para gravar novas sequências.
Literatura. Além de autora de novelas, Elizabeth Jhin também tem a carreira ligada à literatura, entre romances e obras infantojuvenis. Ela, que afirma que não tinha pretensão de se tornar escritora, é autora de 15 livros – trabalhos em que ela usou o pseudônimo de Renata Dias. “Meu gosto pelos livros e por deixar voar a imaginação eu devo ao Monteiro Lobato”, afirma ela, ao relembrar a infância.