'O Tempo Não Para', novela das sete da Globo que estreia nesta terça (31), aborda o choque cultural entre os séculos XIX e XXI
Rio de Janeiro. Um moderno navio a vapor, considerado o mais seguro da época, que se choca com um iceberg de grandes proporções e naufraga no oceano Atlântico. A princípio, pode parecer um breve resumo do filme “Titanic” (1997), mas esse é ponto de partida para a história de “O Tempo Não Para”, novo folhetim das sete da Globo que estreia na terça-feira (31). Escrita por Mário Teixeira, a trama gira em torno de uma família paulistana do século XIX que é congelada após o acidente em alto-mar, em 1886, e desperta em pleno século XXI.
Congelados por mais de 132 anos, os membros da família Sabino Machado – Dom Sabino (Edson Celulari), Dona Agustina (Rosi Campos), Marocas (Juliana Paiva), as gêmeas Nico (Raphaela Alvitos) e Kiki (Nathalia Rodrigues) –, além dos agregados (funcionários e escravos), “acordam” em 2018, depois que o bloco de gelo no qual estão presos se desloca para a costa brasileira e começa a derreter. Após serem resgatados, eles estranham as diferenças culturais entre os séculos, o que também vai render momentos divertidos na tela.
“O diferencial da novela está na proposta de trazer essa família do século XIX para os dias de hoje e discutir o contemporâneo por meio do olhar dela”, afirma Celulari. “Ao mesmo tempo que há essas diferenças entre as duas épocas, a trama também discute o comportamento humano e questiona o que mudou de lá para cá”, aponta o ator.
“É uma novela absolutamente divertida e contemporânea. Vamos falar sobre o choque de relações e emoções e a forma como essas pessoas vão se adaptar a esse novo mundo”, explica o autor Mário Teixeira.
Romance. O choque cultural entre os “congelados” – como serão chamados os membros da família Sabino Machado e agregados – terá destaque na relação entre os personagens Marocas e Samuca (Nicolas Prattes). A primogênita de Dom Sabino será a primeira pessoa a acordar após se desprender do iceberg. Ela será socorrida pelo jovem empresário, que ficará encantado pela moça. Apesar do estranhamento de Marocas com o comportamento e as roupas do rapaz, os dois vão viver um romance.
“É interessante ver como eles vão se moldar um para o outro, porque o Samuca vai ter que cortejá-la, pedir autorização dos pais dela para namorar...”, conta Juliana Paiva.
Para Prattes, os personagens tem um “encontro de almas”. “Marocas, em 1886, era abolicionista, ou seja, ela era considerada uma pessoa à frente da época, e o Samuca é um cara visionário que aos 24 anos criou uma empresa que está mudando o mundo. Eles vão se encontrar e descobrir que têm muita coisa em comum”, revela o ator.
“‘O Tempo Não Para’ conta uma história de amor entre duas pessoas de séculos diferentes. Marocas veio do final do século XIX, e Samuca, dos dias atuais. No fundo, eles são muito parecidos: sonham em mudar o mundo, cada qual a seu modo. Por isso vão se completar”, diz o autor.
“Congelados” na mira dos vilões
Rio de Janeiro. Nem tudo será um mar de rosas na vida dos “congelados” quando despertarem em pleno século XXI em “O Tempo Não Para”. Marocas e Samuca, por exemplo, terão que enfrentar um longo caminho para ficarem juntos. Afinal, o rapaz é noivo de Betina (Cleo), que também é sua sócia na empresa SamVita e fará de tudo para atrapalhar o romance do novo casal. “Samuca e Betina estão com o casamento marcado. E chega essa mulher que vai mudar a vida dele”, adianta Nicolas Prattes, que acredita que a personagem de Cleo não é uma vilã.
Mas o grande malvado da história será Amadeu Barone, personagem de Luiz Fernando Guimarães. Homem rico, ele vai tentar ganhar dinheiro em cima da família Sabino Machado. “Ele é um cara solitário, rico pra caramba, com problema de saúde e que sonha viver 200 anos. Amadeu encontra nos ‘congelados’ a fórmula para que ele sobreviva”, adianta o ator.
Estreia. “O Tempo Não Para” marca a estreia de Adriane Galisteu em telenovelas da Globo. Ela viverá a estilista Zelda Larocque, que vai roubar os croquis feitos por Marocas e usá-los para salvar sua grife, que está a beira da falência.
“Meu personagem não é o principal da trama, mas é um personagem que tem vida, e eu estou feliz com o que tenho”, conta Adriane. Ela, que construiu uma carreira na TV como apresentadora, comemora o novo desafio. “Tenho a oportunidade agora de mostrar meu outro lado, o de atriz, que é um trabalho a que me dedico a tantos anos. Então, é meu momento de colocar minha experiência para que as pessoas vejam na telona da Rede Globo”, finaliza.